sexta-feira, fevereiro 29, 2008
quinta-feira, fevereiro 28, 2008
quarta-feira, fevereiro 27, 2008
terça-feira, fevereiro 26, 2008
SE EU MANDASSE...
...há muito que tinha acabado com todas as claques organizadas. A começar pela do meu Clube. Trata-se de um fenómeno que permite a paradoxal exibição pública e ostensiva de comportamentos marginais com relevância criminal. Sabe-se que os núcleos duros das principais claques de clube estão organizadas como associações de jovens (alguns, já pouco jovens) malfeitores que aproveitam o disfarce para obter meios alternativos de subsistência. Os dirigentes desportivos não percebem que só conseguirão levar as famílias aos estádios quando acabarem com as habituais arruaças institucionalizadas. Os jornalistas são cobardes, não se atrevendo a denunciar o fenómeno. E aparecem uns cretinos com asas que tentam usar estes fenómenos de marginalidade para tentar denegrir o FCP, como se viu recentemente a propósito de problemas com seguranças de discoteca, esquecendo-se de que se trata de um fenómeno generalizado que nada tem a ver com a cor clubística, a não ser para o disfarce da actuação criminosa. E a prova disso é que em certo derby aconteceu um homicídio num estádio de futebol e o FCP nem estava em campo. Mas essas coisas não podem ser ditas porque são demagógicas. Sério é circunscrever o fenómeno a norte do Mondego... Esperemos que no próximo fim-de-semana não morra ninguém em Lisboa.
Entretanto, os meus filhos não vão ao futebol. Eu não os levo. Tenho medo.
BENSAFRIM
Entre Lagos e Aljezur, Bensafrim marca o início da subida para o Espinhaço de Cão. Percurso que fiz repetidamente durante as férias de verão que por ali passei.
A.H. Oliveira Marques, na sua "Breve História de Portugal, a pag. 17 escreveu assim: " Todo o Centro e Sul do Portugal de hoje, até à região do Mondego (...) conheceu a presença do colono muçulmano. São exemplo disso (...) os topónimos começados por Ben, especialmente numerosos nas regiões meridionais: Benfica, Benamor, Bensafrim, etc.
Pelo meu lado já percebi que aquele coisa dos mouros e assim tem fundamento científico.
segunda-feira, fevereiro 25, 2008
PERCURSOS
(Foto do Francis)
A solicitação da Ana, e na certeza de que à volta de Lisboa sempre necessário será coexistir com o trânsito automóvel, eis alguns percursos para 'roadies' mais avançados:
1. Lisboa, por Sacavém, Nacional 10 por Alverca até Xira. No Carregado vira à direita pela Nacional 3, por Azambuja, Cartaxo, Santarém, sobe, atravessa a cidade e desce pelo lado da Estação CP pela ponte a caminho de Almeirim. Aqui vira à direita pela Nacional 118 e faz Salvaterra de Magos, Benavente, Samora Correia e Porto Alto. Aqui vira à direita pela nacional 10 em direcção à Ponte M. Carmona e V.F. Xira e segue até Sacavém e Lisboa. Da Ponte do Rio Trancão em Sacavém, ir e volta perfaz cerca de 150 Km ao que se deve somar o dobro da distancia desde a Ponte até ao local de partida-chegada.
2. De Lisboa igual ao anterior até Carregado. Aqui segue em frente por Alenquer. Aqui vira à esquerda pela Estrada de Porto de Luz e Merceana. Em Merceana segue por Atalaia, Vila Verde dos Francos. Aqui vira à direita em subida de "alta montanha" de 6 Km para o Alto de Montejunto. Desce em direcção a Pragança. Depois vira á direita em direcção ao Cercal e apanha a nacional nº 1 à direita por Espinheira, Abrigada e Alenquer. Daqui faz até Lisboa o inverso do já descrito. Da Ponte do Trancão em Sacavém até ao alto do Montejunto são 67 km. O regresso deve ter uns 80, pelo que o total deve andar perto do percurso anterior.
3. Igual ao anterior até Merceana. Aqui toma a esquerda em direcção a Torres Vedras por Runa. Em Torres Vedras toma a esquerda pela nacional nº 8 por Malveira, Calçada da Carriche. Sensivelmente 160 Km.
4. Igual à 2. até Cercal. Aqui segue para Aveiras de Cima, passa por baixo da A1 e segue 6 Km até à Nacional nº 3 , vira à direita e vai apanhar o norte de Azambuja. Fazer o percurso inverso de 1. de Azambuja até Lisboa. Cerca de 170 Km até Sacavém.
5. Dentro do perímetro delimitado pelos eixos Nacional 8 até Torres Vedras e Lisboa-Alenquer existe a zona de Bucelas, Lousa, Montachique, Dois Portos, Runa, Sobral de Monte Agraço, Arruda, etc com percursos algo montanhosos que admitem as variações que quisermos. E a paisagem é acidentada e muito bonita.
6. A zona de Sintra, Ericeira, Mafra, Malveira etc. não conheço bem. Só por duas vezes andei por lá, mas com policiamento. A proximidade das praias e a pouca largura das estradas aconselharam-me a não repetir. Até ao Cabo da Roca, pelo Guincho, faz-se bem e tem subidinhas simpáticas. De Lisboa pela Marginal, Guincho até à Roca e voltar não serão mais de 120 Km.
7. Os percursos que referi conheço-os em detalhe, naquela formulação ou com variações. Ao domingo de manhã a estrada fica por nossa conta (quase) depois de passarmos Vila Franca de Xira.
CIDADANIA
"Chega de humilhação, com esta ministra, não". Palavra de ordem na boca, lenço de papel branco na mão, algumas centenas de professores levaram à Avenida dos Aliados, no Porto, a sua indignação face às políticas educativas, num sábado chuvoso, numa manifestação espontânea, convocada via telemóvel. Mais a sul, em Leiria, Aveiro e Caldas da Rainha, mais professores reuniam-se, fora da habitual esfera sindical." in Jornal de Notícias
Solidário com os Professores, aqui se apoia a luta, em especial, a espontânea que seja desenquadrada dos sindicatos, eles próprios, uma das causas determinantes do "estado a que isto chegou".
DESAPARECIDO
Apesar de andar desaparecido das televisões desde que a coisa começou a ser indisfarçavel (à excepção desse momento de excelência de gestão em que se traduziu a contratação da cláusula de rescisão dos 40 milhões) aqui fica a lembrança pelo responsável por tantos momentos de prazer. Preverso, é certo, mas tremendamente gratificante.
COMPANHEIROS DE ESTRADA
O Pulanito traz um texto delicioso sobre ciclismo, a estrada, a amizade, a camaradagem. Em especial sobre o desejo de partir estrada fora. Até agora nunca encontrei ninguém como ele que interpretasse de forma tão fiel o meu desejo de partir a pedalar até que a saudade seja mais forte e me obrigue a voltar a casa. Começo mesmo a pensar se não serei também alentejano no sentimento.
Tirando a cor da camisola, obviamente, tenho muito prazer em rever "o" Cândido. Um abraço para si, Senhor Barbosa.
sexta-feira, fevereiro 22, 2008
SALSICHAS FRESCAS
Salsinhas frescas em couve lombarda. Na Tasca do Pereira, claro.
Este prato é esquisito. Só dei com ele quando vim estudar para Lisboa. Lá, na terrinha, não se usava. Só o escolhi para fugir aos bacalhaus de sexta feira porque o azeite que o Pereira usa é muito ácido. Estou farto de lhe dizer, mas como é virgem do lagar dum compadre que ele tem no Alentejo, insiste que aquele azeite é que é o bom. Melhor seria extra-virgem, pelos 3 ou 4 graus de acidez. Mas o Pereira é benfiquista e como hoje está em transe, não insisti com ele...
AINDA BEM
"Herói. Tão herói quanto o foram Eusébio ou José Augusto quando, nos anos 60, viraram uma eliminatória que parecia perdida ante este mesmo Nuremberga, na caminhada para a conquista do segundo título europeu. Óscar Cardozo saltou do banco para fazer ressurgir o Glorioso de uma eliminatória que parecia perdida. Agora, após tocar o inferno de uma prematura eliminação, o Benfica ganha novo fôlego na Taça UEFA. A glória pode estar mais perto..." (do site oficial)
Pois para nós, que vimos o jogo, a semelhança é óbvia. Onde é que poderia haver coisa mais parecida com o Eusébio e o José Augusto ? Para não falar já da qualidade da técnica colectiva, da excelência da estratégia, da subtileza do posicionamento em campo. Enfim, nós que ficámos de barriga cheia com tão bom e gratificante espectáculo desportivo, não temos qualquer dúvida sobre a proximidade da Glória... do Ribatejo. Ali para o lado de Marinhais e Salvaterra de Magos. Que não se percebe que outra possa ser.
quinta-feira, fevereiro 21, 2008
HEMOCROMATOSE
A Hemocromatose é uma doença decorrente do depósito de ferro nos tecidos pelo seu excesso no organismo. Os principais locais de depósito são o fígado, o pâncreas, o coração e a hipófise, que podem ter perda progressiva de suas funções. A hemocromatose pode ser hereditária, quando é causada por uma anomalia genética, ou secundária, quando é provocada por outra doença.
O tratamento baseia-se na retirada do excesso de ferro, por flebotomia ou sangria.
(Wikipédia)
O tratamento baseia-se na retirada do excesso de ferro, por flebotomia ou sangria.
(Wikipédia)
quarta-feira, fevereiro 20, 2008
OBESIDADE INFANTIL
Este outro gráfico mais identificado confirma a tendência. Sem considerar San Marino e Malta devido à sua relativa insignificância populacional, temos que Itália, Espanha e Portugal estão a criar as crianças que na Europa dos próximos 60/70 anos mais problemas de saúde terão com diabetes, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, insuficiencia respiratória, insuficiência eréctil, absentismo laboral e escolar, quebras de rentabilidade económica, etc. Ou seja, serve de muito liberalizar as leis do trabalho se o País não dispuser de trabalhadores fisicamente aptos. Em cada três cidadãos, um deles vai passar a vida adulta de baixa e a gastar recursos públicos a caminho do hospital. Enquanto não se perceber que está em causa a continuidade de Portugal como nação...
O PESO DAS CRIANÇAS
Algures na net encontrei este gráfico. Não consigo precisar o período a que respeita, mas isso não é relevante. O importante é percebermos que o estilo de vida que estamos a proporcionar às nossas crianças está errado. O paradigma alimentar, o meio de deslocação para a Escola, o tipo de lazer, o estilo de vida em geral que nós, Pais e Mães, lhes estamos a proporcionar está errado. Os resultados não permitem dúvidas.
Eventualmente por razões de uso massificado da bicicleta, os três últimos países do gráfico têm menor índice de obesidade infantil. A bicicleta não resolverá tudo, mas ajudará certamente a superar alguns problemas de saúde pública. Se o nosso Primeiro decidir no seu segundo mandato pegar nas bicicletas como instrumento de saúde pública, desde já aviso que serei apoiante do conceito. Depois, não me venham massacrar o bestunto. É que desde o célebre Macário que não vejo ninguém na direita a dar ao pedal...
Eventualmente por razões de uso massificado da bicicleta, os três últimos países do gráfico têm menor índice de obesidade infantil. A bicicleta não resolverá tudo, mas ajudará certamente a superar alguns problemas de saúde pública. Se o nosso Primeiro decidir no seu segundo mandato pegar nas bicicletas como instrumento de saúde pública, desde já aviso que serei apoiante do conceito. Depois, não me venham massacrar o bestunto. É que desde o célebre Macário que não vejo ninguém na direita a dar ao pedal...
ALTERNATIVAS
Transformar em energia eléctrica o imenso caudal de potência física debitado pelos utentes do meu Ginásio seria um acto de elementar inteligência. Digo eu, que costumo antecipar estas coisas alguns anos apesar de as minhas opiniões serem invariavelmente encaradas com um sobranceiro encolher de ombros e um sorriso de pretensa superioridade intelectual. Sem incluir, obviamente, aqueles que nem alcançam.
terça-feira, fevereiro 19, 2008
OS GORDOS
Os gordos proporcionam à plebe anedotas, mordacidades, sarcasmos e, muitas vezes, falta de asseio intelectual. Sei do que falo, porque também gostava de mandar as minhas bocas aos gordos. Nunca com contornos muito crueis mas, mesmo assim, de modo pouco edificante e perfeitamente evitável. Para a minha falta de crueldade terá contribuído uma especial amiga que era obesa e que eu muito estimava, o que me permitiu relativizar o problema. Só quando a década de quarenta me trouxe excesso de peso, num caminho franco para a obesidade, percebi os dramáticos contornos emocionais e psicológicos da luta contra o excesso de peso. E o primeiro passo é percebermos que estamos gordos e que queremos modificar os nossos hábitos de vida.
O ciclista da foto, que não conheço e que me foi enviado num e-mail a título de gozo - cá está a mordacidade instalada ... - para mim é um herói. Até pela coragem de vestir a lycra na estrada. De certeza que usa a bicicleta para amenizar o óbvio problema de excesso de peso corporal. Por isso está no caminho certo. Muito mais do que aqueles que usam roupa larga que os "favoreça" e disfarce a gordura.
Por isso, quem quer que ele seja:
Força companheiro ! Não estás sozinho no teu esforço!
DESTAQUE
O Sempre Na Roda está transformado na minha principal fonte de informação sobre o ciclismo de competição internacional. Actualizado, abrangente, austero, objectivo, enfim, sempre na roda.
Nem nos meios jornalísticos profissionais obtenho tanta e tão boa informação.
segunda-feira, fevereiro 18, 2008
BRUNO NEVES
"Bruno Neves venceu ontem (17.02.2008), em Faro, a 19ª edição do Troféu RTP, prova de abertura do calendário de Equipas Continentais (Elite), competição disputada na extensão de 182.3 quilómetros e assinalada pela condições meteorológicas adversas - chuva e vento - principais responsáveis pela média verificada no final, 38.637 km/h.
Num sprint bastante concorrido, Bruno Neves, da LA-MSS, arrancou a aproximadamente a 200 metros do risco de chegada, para se impôr, por curta margem, diante de Manuel Cardoso (Liberty Seguros), vencedor da edição anterior, e Cândido Barbosa (Benfica). Neves, vencedor desta mesma corrida em 2006, classificou a vitória como "um bom presságio" para o resto da época." -Foto e texto tirado da Superciclismo.
sexta-feira, fevereiro 15, 2008
MAS...
"A política do Governo na área da saúde tem sido corajosa e a orientação seguida parece-me correcta», disse o ex-presidente da República no primeiro de uma série de colóquios..."
Não foi este gajo que imortalizou a frase: "Há mais para lá do déficit." ?
quinta-feira, fevereiro 14, 2008
quarta-feira, fevereiro 13, 2008
COZIDO À PORTUGUESA
Cozido à maneira
só na tasca do Pereira (popular)
Mais duas horas logo à noite no Holmes a expiar o pecadilho da meia-dose.
Enquanto o Sporting joga para a Taça Uefa, eu estou nas catacumbas do Estádio a fazer 15 minutos de aquecimento na passadeira a 9 Km/h, 2 séries de 15 na máquina de abdominais com 25 Kg de carga, as quatro máquinas de pernas em 2 séries de 15 cada uma com 45 Kg de carga, máquina de abdominais, remo durante 10 minutos, máquina abdominais outra vez, elíptica na carga 7 durante 30 minutos, máquina abdominais outra vez e passadeira com mais 5 minutos de corrida e 10 minutos de marcha a deixar o coração baixar dos 150 para os 100 bpm. Entretanto, espero que o Sporting aproveite o tempo e marque uns golitos.
ULTIMO TÍTULO
Estou a escrever de memória, mas acho que foi em 1931 a última vez que aquela equipa ganhou qualquer coisa em ciclismo...
A atleta infantil feminina prova que este clube tem uma longa tradição de ciclismo feminino. Já é daquele tempo a formação de campeãs. Por isso a escola de formação de triatlo daquele clube é hoje mundialmente famosa.
O quê, o complexo do Jamor não é deles ? Então o Caicha Campus Triatlus não é deles ? Vais querer convencer-me que os gajos têm uma campeã mundial e somos nós, pelos nossos impostos, que pagamos subsídios de alta competição, estágios, treinadores nacionais e instalações topo de gama e eles nem gastam um chavo... Então o Treinador dela não é da prata-da- casa, essa glória da outra banda, o simpático Chalana ?
terça-feira, fevereiro 12, 2008
LAURENT JALABERT
Em 1995, Jalabert venceu as três "camisolas" da Vuelta. Montanha, Pontos e Geral. E protagonizou uma das mais nobres páginas do desporto.
A etapa era a 12ª com a meta no alto da Sierra Nevada. Era a mais longa com 236 Km de extensão. Um jovem alemão da Telekom, Bert Dietz, lançou-se na aventura da fuga logo na primeira dezena de quilómetros. Tão longe da meta, o pelotão deixou-o ganhar muitas dezenas de minutos. Como habitual, com o aproximar da meta, Dietz começou a perder vantagem. E na derradeira subida, que é das mais complicadas em Espanha, viu encurtada dramaticamente a vantagem. Depois da última curva, a meta já se via no final daquela derradeira rampa. Só faltavam 500 metros para ganhar a etapa-rainha da Vuelta daquele ano. Mas Jalabert que fizera a subida nos habituais esticões que rebentavam com a concorrência, contorna a última curva e dá com o Dietz na sua frente, penosamente, a tentar chegar à meta. Com facilidade Laurent Jalabert ultrapassa o adversário, que num soslaio de profunda tristeza e desânimo depois de tão prolongado esforço identifica quem o ultrapassa e abdica do seu já fraco ritmo. Mas Jalabert deixa de pedalar, olha para trás e espera. Confirmando que não precisava de ganhar a etapa por ter deixado muito atrasados os directos competidores, Jalabert incentiva Dietz a pedalar, dá-lhe ânimo e coragem para mais aquele derradeiro esforço e deixa que Dietz ganhe uma etapa em que andara fugido cerca de 230 quilómetros. Talvez a fuga mais longa de que tenho conhecimento.
Senti-me envolvido naquele acto de nobreza. Comovido até às lágrimas. Nesse dia, mesmo como simples adepto da modalidade, senti orgulho do ciclismo.
CASA DO LEME
Gil Vicente atracado em Viana do Castelo.
Este post é dedicado aos meus colegas da LA-Alumínios que são marinheiros (uns mais navegados que os outros): Beicinha, Sousa, Marques e Araújo. (Há mais algum marinheiro que eu não saiba ?...) Ah, já esquecia: e o Duarte que, sendo dos carros, tem um barco mas que nunca convida para a caldeirada à fragateira...
TARDES DE PRAZER
O pior era alguns comentadores. Por um ano, o inigualável e inconfundível Dias Agudo tornou-se num especialista em ciclismo para a Eurosport. Assim, sem mais. De repente, apareceu consagrado como um especialista em ciclismo. Tinha por hábito no ínício da transmissão fazer uma descrição gongórica do perfil da etapa, assinalando aquilo que na óptica dele seriam os pontos de maior interesse. Numa daquelas etapas planas para roladores e sprinters, com mais de duzentos quilómetros, Orlando avisou logo no início das mais de 5 horas de transmissão: "Esta etapa não tem qualquer ponto de interesse, à excepção de uma passagem-de-nível a dois quilómetros da chegada; vamos lá a ver se não surge nenhum problema com a passagem de algum comboio..."
Estive quase para desligar o televisor. Como a etapa não tinha interesse...mas aquilo da passagem-de-nível prometia emoção. Decidi ficar para ver se a tão problemática passagem-de-nível ia ou não merecer a atenção de uma tarde inteira.
E durante as mais de 5 horas de transmissão, o novél especialista em ciclismo ia avisando: "agora não se está a passar nada de especial, mas a dois quilómetros da chegada existe uma passagem-de-nível; vamos lá a ver se não surge nenhum problema com a passagem de algum comboio..."
E repetia a referência à passagem-de-nível a cada dois minutos de comentário em directo. Ao mesmo tempo que trocava os nomes aos ciclistas. Era capaz de chamar Escartin ao Zabel. Os espectadores fartos de ver que era o Zabel, na legenda do ecran aparecia escrito Zabel, o estado civil do Zabel, a data de nascimento do Zabel, o número do bilhete de identidade do Zabel, mas o Zabel na boca do comentador continuava a ser o Escartin....
Quando atingimos os ultimos 10 Km da etapa, iam fugidos dois ciclistas. E os avisos do comentador começaram a assumir alguma dramatismo e até alguma dose de angústia: "Vamos lá a ver se não surge nenhum problema com um comboio na passagem-de-nível..." O climax aproximava-se. E os espectadores, eu incluído, roíam as unhas para que não surgisse nenhum problema com um comboio na passagem-de-nível...
E quando os ciclistas em fuga se aproximaram da passagem-de-nível, talvez a dois quilómetros e meio da meta, o realizador da transmissão mudou a imagem para o pelotão que estava a 5 Km. E ouvia-se o incansável comentário "...vamos lá a ver se ...passagem de nível... problema... comboio...".
Quando a imagem voltou aos fugitivos, já estes estavam no último quilómetro, e o comentador esclareceu num misto de alívio e preocupação: "Os fugitivos conseguiram ultrapassar a passagem-de-nível sem problema. Vamos lá a ver se o pelotão não fica preso por algum comboio..."
O realizador da transmissão manteve no ar as imagens do sprint entre os dois fugitivos e só depois da chegada e de duas repetições passou a imagem para o pelotão. Que já estava a entrar no último quilómetro...
E o comentador, novél especialista em ciclismo, radiante, fora de si de contentamento, quase gritava:"Ainda bem que não houve nenhum problema com a passagem-de-nível..."
Porra, pá. E a passagem-de-nível ? Eu quero ver a passagem-de-nível. Eu exijo ver a passagem-de-nível... Não saio daqui enquanto não me mostrarem a passagem-de-nível...
segunda-feira, fevereiro 11, 2008
UM COMENTÁRIO
(...) "E já sabes,Augusto, quando outro jogador do Benfica tropeçar nele próprio dentro da área, não há duvidas, penalty...Só um reparo, depois de o jovem ver o amarelo pela falta que não cometeu mexeu ligeiramente o dedinho esquerdo na tua direcção...era logo o 2º amarelo. "
NELSON ÉVORA
O atleta Nelson Évora bateu este domingo o recorde português do triplo salto em pista coberta, com 17,33 metros, vencendo o Meeting de Karlsruhe, na Alemanha, e melhorando a melhor marca mundial do ano.
Parabéns, campeão. Mas...
Vais-me querer convencer que foi na magnífica escola de triplo-salto do teu clube que te descobriste e desenvolveste como atleta ? E não recebes subsídios - aliás, merecidos - do erário público, pelo alto rendimento desportivo ? Se é o país, pelos impostos, que subsidia a tua magnífica carreira, porque razão te sujeitas e quebrar a unanimidade no teu apoio e assumes a burla pública de te afirmares atleta de um clube que não gasta um tostão contigo ? Não percebes que os adeptos de outros clubes que contribuem pelos seus impostos para a tua carreira, não aceitam isso ?
OUTRA VEZ
O Fiesta - que mais tarde fotografei no Parque da Serafina - desceu a ciclovia durante dois quilómetros, passando sucessivamente por 5 sinais de transito proibido. Percebi que vinha um carro em grande velocidade pelo som. Mas pensei que o carro vinha a subir, no mesmo sentido que eu tomava. Quando o Fiesta apareceu à minha frente, só tive tempo de me mandar para a berma. Não caí por milagre. Ia devagar, a subir a 12 ou 13 Km/hora e alguma habilidade ciclística evitou que tivesse rasgado lycras, gore-texes e joelhos. Ao volante vinha uma daquelas senhoras que acha que aquilo é mesmo assim. Trazia (pelo menos) uma criança no banco traseiro. Intuí, por isso, que se dirigia ao parque da Serafina. Depois de fixar na memória do telemóvel a matrícula, fui atrás dela e acabei por fotografar o veículo já no estacionamento do Parque da Serafina.
Vou participar dela. Para lá de tudo o mais, ela vinha em excesso de velocidade, a descer uma rampa com cerca de 10% de inclinação, com curvas fechadas de 90 graus, e usando como única alternativa para circular à direita a totalidade da faixa destinada à ciclovia por onde sobem os ciclistas confiando na segurança da mesma.
Esta Senhora, para lá de atrasada mental é uma homicida em potência.
Vou participar criminalmente dela pelo crime de condução perigosa e vou informar a Federação de Cicloturismo para que se possa constituir assistente no processo.
Sempre quero ver o apoio que vou ter nesta iniciativa...
sexta-feira, fevereiro 08, 2008
quinta-feira, fevereiro 07, 2008
CICLOVIAS
(a imagem não é de Madrid)
"O Alcaide de Madrid inaugurou a conclusão das obras do circuito de 64,2 Km que rodeia a cidade e que liga 17 Parques e outras tantas instalações desportivas. Com a entrada ao serviço dos novos 40,7 Km de ciclo-vias, fecha-se o Anel Verde Ciclista, cujo custo superou 52 milhões de euros. Ao longo de todo o percurso foram plantadas 15.800 arvores e 550.000 arbustos nas laterais, convertendo o circuito num parque linear. (...)" In Revista Ciclismo en Ruta nº 38 pág.83.
Discute-se se a ciclovia é a melhor, a mais segura, ou mais eficaz solução para a disseminação do uso da bicicleta no meio urbano. Não tenho certezas. Voltarei ao tema.
SELECÇÃO NACIONAL
"No palco do próximo Europeu, os campeões mundiais deram uma verdadeira lição de maturidade à equipa orientada por Scolari. Com menos posse de bola, dominaram, marcaram por três vezes e ainda desperdiçaram várias oportunidades." - In Record
Cada vez que a equipa portuguesa defronta uma selecção com um treinador minimamente evoluído, o resultado é desastroso. Enquanto durou o meio-campo automatizado por Mourinho a equipa ainda conseguiu disfarçar. Mas esgotada a época do triangulo maravilha Deco-Costinha-Maniche, a equipa nunca mais foi um colectivo harmonioso e eficaz, ficando confiada exclusivamente aos rasgos individuais de Cristiano, Quaresma e um ou outro que esteja inspirado. Ademais, dar liberdade total a um jogador é o reconhecimento público da inexistência de um método de jogo. Porque o futebol joga-se colectivamente e por mais "craque" que um jogador seja, se não sujeitar essa superior habilidade ao desempenho colectivo, os resultados não surgem.
As vitórias de Scolari, quer com o Brasil , quer com a selecção portuguesa, basearam-se numa defesa agressiva, de marcações rígidas, muitas vezes à margem da urbanidade, numa ataque confiado à criatividade do momento de alguns jogadores-maravilha, tudo enquadrado num ambiente de motivação psicológica que inclui bandeirinhas, rezas a santinhas e mézinhas mais ou menos idiotas. E muita pressão sobre as arbitragens.
Scolari nunca prestou. Mas como muitos famosos da nossa praça, não interessa que sejam bons, interessa isso sim que a imprensa os proclame bons. O povoléu gosta é de entusiasmo e de bandeirinhas na janela. Mas isso não chega. Scolari só resultou enquanto foi novidade. Hoje em dia, as restantes equipas perderam o respeito pela equipa portuguesa, pois já perceberam que é fácil ganhar-lhe, os árbitros e a imprensa já não respeitam Scolari depois das figuras que ele tem feito. Já nem falo de anedotas como o guarda-redes.
Nunca como agora a selecção portuguesa esteve integrada por um lote tão extraordinário de jogadores. Mas comandados por uma azêmola...O próximo campeonato europeu vai ser uma humilhação.
DIÁRIO DE NOTÍCIAS
"700 mil euros de prejuízo com saída de Bergessio para o San Lorenzo"
Mais um hino à excelência na gestão clubística.
Mais um hino à excelência na gestão clubística.