segunda-feira, novembro 05, 2012

OS MELROS DO SERVIÇO PÚBLICO DE TELEVISÃO

           
(Foto Bruno Martins)
O melro-preto – Turdus merula, Linnaeus, 1758 – é uma espécie comum nas zonas verdes da generalidade das localidades do nosso país.

É normal encontrar melros ao longo de todo o ano nos jardins de Lisboa, até nos logradouros do meu quarteirão na esquina da Av. EUA com a de Roma. Para os trabalhos do 2º ciclo os miúdos vão a um jardim e fotografam um melro. Os melros em Lisboa, estão mesmo ali. Basta levantar cedo para os encontrar nos relvados.



Mas para os jornalistas da RTP, fazer uma reportagem sobre os melros implica uma "aventura de várias semanas na ilha do Pico, Açores" - conforme o reporter expressamente reconhece.
A expedição aos melros do Pico, Açores, obviamente que foi paga pelo dédicit crónico no orçamento da RTP que obriga os contribuintes  a um milhão de euros por dia para sustentar o serviço público de televisão. O jornalista poderia ter feito como os miúdos do 5º ano e procurar um ninho do Jardim do Campo Grande ou no Parque do Estádio 1º De Maio ou até em Monsanto. Mas, não. Era necessário uma expedição aos Açores durante várias semanas. E nós a pagar. E ainda temos sorte de Timor já ser independente, que esta malta do serviço público pago pelos contribuintes não faz cerimónia.

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A CONSTITUIÇÃO DA TRETA

Em 1974 a dívida pública equivalia a cerca de 14% do Produto Interno Bruto (PIB), isto é, da riqueza gerada no ano do 25 de abril. Hoje, equivale a perto de 120% do PIB.

Segundo os cálculos feitos para o Jornal de Notícias, por Pedro Cosme Costa Vieira, professor da Faculdade de Economia do Porto, a dívida de então era de 10 mil milhões a preços de 2012. Sem esta actualização, que torna mais comparável o endividamento do Estado ao longo do tempo, aquele indicador seria, há 40 anos, de 304 milhões de euros.
A comparação a preços constantes permite concluir que a dívida pública se multiplicou por 20. Passou de 10 mil milhões para 203,7 mil milhões. Com base numa população de exactamente 10 milhões, é como se cada português devesse 20 mil euros agora e apenas mil euros em 1974.

Artº 9º da Constituição da República Portuguesa
"São tarefas fundamentais do Estado:
(...)
d) Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo, a igualdade real entre os portugueses e a efectivação dos direitos económicos, sociais e culturais, mediante a transformação das estruturas económicas e sociais, designadamente a socialização dos principais meios de produção, e abolir a exploração e a opressão do homem pelo homem."

"Entre os 30 países da OCDE, Portugal é dos mais injustos no que respeita à distribuição dos rendimentos e está entre os primeiros quanto às diferenças entre ricos e pobres."

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