segunda-feira, novembro 05, 2012

OS MELROS DO SERVIÇO PÚBLICO DE TELEVISÃO

           
(Foto Bruno Martins)
O melro-preto – Turdus merula, Linnaeus, 1758 – é uma espécie comum nas zonas verdes da generalidade das localidades do nosso país.

É normal encontrar melros ao longo de todo o ano nos jardins de Lisboa, até nos logradouros do meu quarteirão na esquina da Av. EUA com a de Roma. Para os trabalhos do 2º ciclo os miúdos vão a um jardim e fotografam um melro. Os melros em Lisboa, estão mesmo ali. Basta levantar cedo para os encontrar nos relvados.



Mas para os jornalistas da RTP, fazer uma reportagem sobre os melros implica uma "aventura de várias semanas na ilha do Pico, Açores" - conforme o reporter expressamente reconhece.
A expedição aos melros do Pico, Açores, obviamente que foi paga pelo dédicit crónico no orçamento da RTP que obriga os contribuintes  a um milhão de euros por dia para sustentar o serviço público de televisão. O jornalista poderia ter feito como os miúdos do 5º ano e procurar um ninho do Jardim do Campo Grande ou no Parque do Estádio 1º De Maio ou até em Monsanto. Mas, não. Era necessário uma expedição aos Açores durante várias semanas. E nós a pagar. E ainda temos sorte de Timor já ser independente, que esta malta do serviço público pago pelos contribuintes não faz cerimónia.

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8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Se o aziado Crespo diz que é 1 milhão por dia deve ser verdade! Não deve ter nada a haver com a nega que levou da RTP para ser enviado permanente nos states.

Cumps.

miguel

15:14  
Blogger carneiro said...

Não duvido que o Crespo esteja lixado e só se tenha lembrado dos contribuintes quando teve a certeza de que não continuaria a mamar. Mas o número de um milhão por dia resulta de várias fontes, sendo a última delas o próprio PM em entrevista à RTP.

15:29  
Anonymous Anónimo said...

Boa tarde

"A RTP é, dos operadores de Serviço Público (fazendo a comparação com o rendimento per capita, com o PIB do país), o segundo mais barato da Europa e o primeiro em eficiência. Países da nossa dimensão, a Holanda e a Bélgica, gastam três vezes mais, a Alemanha e a Inglaterra 30 vezes mais. Portanto, penso que não será este o maior problema nacional no universo do Estado. Resulta do que eu disse que sou obviamente contra a privatização total da RTP ou a concessão total da RTP a privados, o que além disso representaria problemas praticamente insolúveis. Demorámos um ano e meio a negociar com a SIC e a TVI um protocolo de co-regulação para lhes passar meia dúzia de obrigações de serviço público (a linguagem gestual, a produção nacional, algumas janelas de programação para as minorias, os conteúdos para a RTP Internacional), a troco de um minuto e meio de publicidade. Só por ignorância alguém pode dizer que as obrigações de Serviço Público poderiam ser cumpridas pelos operadores privados na sua integralidade."

Nuno Morais Sarmento, em entrevista à RTP, citado por António-Pedro Vasconcelos, no Público

A grande preocupação do PM é vender a RTP com a ajuda do Relvas a um qualquer grupo de amigos..

Cumps.

miguel

14:53  
Blogger carneiro said...


O meu ponto é se não era possível fazer a reportagem sobre um ninho de melros no Campo Grande e depois o jornalista acrescentava que na ilha do Pico, Açores, também existiam milhares de melros iguais - quntidade de melros que, aliás, o jornalista público declara existirem.

Tem alguma explicação ideológica ou política para que tenha existido a necessidade de se pagar a expedição de uma equipa de técncos da RTP durante várias semanas nos Açores ?

É que o meu problema não é a RTP ser pública ou privada. Eu não quero é que a coberto da natureza pública da RTP exista uma classe profissional que acha que tem o direito de arranjar esquemas manhosos para andar a passear pelos Açores á minha custa.


Quanto à opinião do Morais Sarmento, por acaso você sabe quais os interesses das outras operadores privadas que ele defende no seu Escritório de Advogados, ao sustentar a RTP nos moldes que afirma ?è que actual lei de partilha de publicidade interessa muito às privadas que seja mantida. Se a RTP passar também a privada, a SIC e a TVI ficam à rasca.

Não leve tanto a peito opiniões improváveis por mais favoráveis que elas sejam, porque anda por aí muito melro com água no bico.

15:57  
Anonymous Anónimo said...

Acerca dos melros até concordo consigo e acredito que como em varias empresas ditas publicas se gasta muito e mal,agora a questão do milhão por dia não passa de ressabiamento e pura mentira.
A questão da privatização é muito complexa e ainda se sabe muito pouco.
Naõ levo a peito a opinião do Sarmento(nem simpatizo com ele nem com o vasconcelos este ultimo sim até é um mamão de dinheiros publicos para fazer filmes de merda) utilizei a apenas por ser verdade e ultimamente tem saido muita informação falsa sobre a RTP.

miguel

16:34  
Blogger carneiro said...

A questão do milhão por dia é rigoramente verdade. Só em amortização da dívida este ano foram 340 milhões dos nossos impostos.

A minha questão era mesmo a dos melros e do despesismo alarve que os serviços publicos potenciam e permitem em total impunidade. Este era o sentido do meu poste. Quando a água é de borla ninguém fecha a torneira - até que aparece o desgraçado que tem de pagar a conta.

Na parte da RTP há funções tipicamente de serviço público e há outras - a maioria - de concorrencia deslel com as privadas - que só não refilam porque a lei da publicidade lhes garante a sua própria PPPrivadazinha compensadora. Acabam todos a mamar de uma artificial partilha do mercado de publicidade que prejudica a RTP que se pode dar a esse luxo porque os otários do costume pagam a diferença.

O Malato, o Fernando Mendes, a rapaziada do 5 para a meia noite, etc. não têm nada a ver com serviço público. Mas pagam-se bem. Ao preço das vedetas. Se ganharem aquele dinheirão na privada nada tenho a ver com isso. Agora pagar vencimentos acima dos 10 mil/mês á custa dos impostos e das taxas na electridade é escandaloso.

Era do interesse da RTP separar as águas, correndo de lá com a malta que nada tem a ver com serviço público. Mas os organismos publicos estão organizados como as matilhas de hienas... Só cortando-lhes a comida é que se consegue alguma reforma. E à paulada, claro.

19:16  
Anonymous Anónimo said...

Boas noites.

Para finalizar este pequeno debate deixo um link de um artigo que refuta o tal milhão por dia. Esse milhão que é a meu ver o nosso principal ponto de discordia.

http://static.publico.pt/pesoemedida/noticia.aspx?id=1562136&idCanal=5482

cump.

miguel

23:53  
Blogger carneiro said...

Amigo, li a notícia do link e confesso-lhe que é nojenta a tendenciosidade da notícia. Não relata factyos, defende uma posição. É compadrio jornalistico a tentar dourar a pílula.

De qualquer forma, o texto evita a questão essencial, fala em valores médios - e mesmo assim reconhece 230 milhões por ano (de média, atenção).

E tenta sacudir a água do capote na parte da dívida colossal acumulada - que é publico ser superior, ainda, a mil milhões - como se o governo actual por estar a pagar essa dívida esteja a fazer algo de anormal ou a tramar os pobres dos jornalistas públicos.

E no pagamento dessa dívida, só este ano foram 340 milhões - está no OGE -, para lá do valor médio de subvenções.

Quanto ao serviço público da TV, insisto que é necessário restringir a RTP as exactas funções públicas. Actualmente a RTP é uma igual ás privadas, só que não pode despedir pessoal chulo nela pendurada, porque são "funcionários públicos".

Voltando aos numeros: com os pagamentos do passivo que se está a vencer sucessivamente, a RTP está a custar mais do que um milhão por dia.

Outra questão é a negociata que certamente existirá com alguém. Por cá é sempre assim. Alguém lucra sempre.

Mas para mim é igual ao litro. O que eu quero é deixar de pagar o ordenado dos malatos todos que por lá pululam com direitos adquiridos.

Se eu como cidadão anónimo posso passar sem a RTP ? Posso, e é rigorosamente igual ao litro. Até nas notícias eu recorro à SIC-N-

O único programa de serviço publico actualmente é o Biosfera. O demais, ou é entretenimento rasca, ou informação filtrada pelos óculos da maçonaria. Que, esta sim, está com medo de perder o veículo para catequizar o povo.
Não leve a mal, mas os meus rendimentos tem descido para que os rendimentos de quem trabalha na RTP se tenham mantido ao longo dos anos á custa dos meus impostos.
E se os técnicos e jornalistas são assim tão bons, certamente que arranjarão emprego facilmente no privado.
Não leve a mal a rispidez que não se dirige a si, mas à RTP e àquela tropa fandanga.

22:16  

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