sexta-feira, maio 23, 2008

TANTO TRABALHO PARA ISTO ?


A sociedade portuguesa tem, face a 24 parceiros europeus, a maior desigualdade de rendimentos. O fosso entre os que possuem muito e os que a pouco ou nada acedem é mais amplo não só em relação à média europeia como aos Estados Unidos. As contas surgem feitas no último relatório de Bruxelas, elaborado em 2007 e com parte dos números de referência colhidos tanto na realidade de 2004 como dos anos seguintes. - dos jornais de hoje.
Por isso, Sócrates poderia ser importante correndo até o risco de ficar na História de Portugal pelas melhores razões. Eu explico-me: por décadas pensou-se que Portugal se poderia desenvolver centrado na rigidez dos mercados - dos preços, dos serviços, do trabalho, dos monopólios de Estado, etc.. Quem tentasse alertar para a necessidade urgente de flexibilização levava com os sindicatos comunistas em cima, sempre protegidos pelos Presidentes da República e pelo grupo parlamentar do PS que conseguiu travar durante 30 anos a modernização do país, baseado nos mitos sócio-políticos do socialismo-democrático-de-estado e nas filosofias de Maio68 e outras tretas que nada dizem a quem não passou por elas e que, enterrada a geração que as criou, serão definitivamente extintas como todas os fogachos de esperteza saloia.
Chegados à 4ª década pós-revolução, temos um mercado que funciona em oligopólio, temos uma parasitária classe política e dirigente das mais bem pagas do mundo, temos um Estado explorador e violador dos direitos de cidadania, temos o alastrar da pobreza, temos a infelicidade e o desconforto estampado na cara do cidadão comum.
Acordaram agora os socialistas para a necessidade da mudança e descobriram, só agora, o prejuízo que os comunistas têm causado ao povo português e o tremendo custo que pagamos por, durante décadas, termos feito cerimónias em não abandonar o centralismo de Estado e em classificar como retrógradas, reaccionárias e inaplicáveis as teses importadas da falida União Soviética. Agora, finalmente, aparecem socialistas a enfrentar o delírio comunista. Mas o atraso é tanto que já não chegaremos a lado algum. Portugal, sem rumo definido com clareza, sem garantia de prémio pelo muito esforço, antecipando que só a parasitária classe política beneficiará do sacrifício imposto ao povo, vive um dia de cada vez, aspirando pelo dia da reforma e rezando para que a Segurança Social não abra falência entretanto.
Sim, estamos onde estamos, porque os Presidentes da República e o grupo parlamentar do Partido Socialista durante trinta anos foram a força de bloqueio que determinou os equilíbrios políticos que impediram o progresso.

3 Comments:

Blogger Ricardo said...

Daqui a 50 anos estão cá em Portugal uns 5 milhões de pessoas, entre ter menos filhos e emigração em massa acho que vai mesmo acontecer, já não há muito que nos faça acreditar em alguma coisa, até o tempo mudou, agora chove quase até agosto...

12:15  
Blogger Agnelo Figueiredo said...

Quem fala assim não é gago.
Boa, Carneiro!

01:24  
Anonymous Anónimo said...

Tudo isso é verdade.
Os comunas e os seus sindicatos atrasaram tudo.
É bom não esquecer com o conluio do partido socialista de Mário Soares e de Guterres.
Mas por favor não venham os socialistas de Sócrates, para a rua e para o Parlamento com o cravo na lapela, e comemorar o 25A.

(Ai se o Zeca Afonso fosse vivo)
(Eles comem tudo...)


Este governo é a maior fraude desde o tempo de Marcelo Caetano.
É bem verdade que Guterres deixou Portugal de tanga...
Maior verdade é ainda que este Sócrates deixa os portugueses de tanga.
Tal como no tempo do António

(Chamem o António)

o escudo é forte
(agora o Euro)
mas os portugueses estão cada vez mais pobres.
Merda para este socialismo

10:25  

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