E DE REPENTE A UGT REPUDIA AS GREVES E DESISTE DA DEMISSÃO DO GOVERNO
Porém, ainda em 8 de Novembro de 2013, há pouco mais de 2 meses atrás, a UGT convocou a última Greve Geral da Função Pública.
Como se percebe, então, esta tão radical mudança de estratégia ? Tanto mais que o Partido Socialista e as figuras mais proeminentes da maçonaria têm exigido a demissão imediata do Governo em especial desde o Verão de 2011 ?
Desde logo, existe uma constatação decorrente dos números. A banalização das greves promovida pelos sindicatos comunistas têm demonstrado sucessiva diminuição dos grevistas aderentes, ao ponto de as greves - até as gerais - incomodarem cada vez menos o funcionamento da economia "civil". E então, a UGT surge agora a demarcar-se, afirmando que "nós somos os índios bons".
Mas a conjugação de vários outros factos políticos, como sejam os Socialistas terem deixado de exigir a demissão imediata do Governo, o surgimento de indicadores económicos a apontarem a retoma económica, a baixa dos juros sobre a dívida pública, a baixa do deficit nominal a rondar o superavit primário (é o que resulta quando não se conta o serviço da dívida pública num exercício), até a "bronca" do Hollande ter deixado de atacar as "políticas desastrosas de Merkel" e ter-se associado ao regime da austeridade orçamental, tem levado a uma subtil alteração das posições públicas da esquerda-dependente-do-aparelho-do-Estado. Só a brigada do reumático maçónica, Soares, Arnault, Alegre, Boaventura e quejandos, ainda exige a demissão de um governo legitimamente eleito com a maioria dos votos. Acresce, ainda, que Merkel, muito embora mantenha a essência da política da austeridade na Europa, deu uns mimos aos seus colegas de coligação - os socialistas alemães - o que impede que a política financeira alemã possa ser atacada, como tem sido, pelos socialistas europeus, em especial pelos portugueses, sob pena de isolamento internacional. Os socialistas portugueses deixaram de ter um modelo económico inimigo - o alemão -, e deixaram de ter um modelo económico para elogiar e seguir - o francês. Estão à deriva. Sem saber o que fazer. Ou o que dizer.
Por cá as sondagens dão um empate técnico entre o Partido Socialistas e os Partidos do Governo, o que permite perceber que em futuras eleições o Partido Socialista, se ganhar as eleições, nunca poderá governar sozinho. E na configuração de coligações convém ponderar o profundo antagonismo pessoal entre Seguro e Passos Coelho, resultado da ostensiva falta de colaboração dos Socialistas em todas as situações em que o Interesse Nacional impunha o apoio dos socialistas à actuação do Governo.
E, agora, sem causa aparente surge a UGT com o discurso da responsabilidade e da contenção, como um orangotango de gravata. Ao mesmo tempo que o Tó Zero Seguro está desaparecido há dias, sem que haja notícia de doença incapacitante.
Perante o colapso de todas as apostas políticas do Partido Socialista nestes 3 últimos anos, perante a ocorrência do exacto contrário que os Socialistas andaram a garantir que aconteceria, estará agora o PS a preparar um novo discurso ? Estará Tó Zero Seguro a fazer as malas, como a primeira vítima da "espiral recessiva" que não se cansou de garantir e de prometer e de cuja verificação passou a depender a coerência da sua narrativa política ?
Não sou de intrigas, mas esta coisa de ver agora a Central Sindical dos Socialistas com o discurso da responsabilidade deixa-me de pulga na orelha.
Etiquetas: quando o Tó Zero aparecer dou graças aos deuses e meto a viola num saco
2 Comments:
Caro Xiclista, talvez ainda não tenha atingido a dimensão do que se está a passar aqui. Os sindicalistas levaram a greve a um novo patamar. A greve à greve.
menos com menos dá mais.
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