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O exercício de pedalar durante muitas horas em dias consecutivos obriga a uma especial condição mental. Por muita potência que os musculos facultem, é a cabeça que nos conduz à repetição minuto a minuto, hora a hora, dia a dia. Cada curva a vislumbrar a próxima, cada subida a antecipar a descida. Cada quilómetro a encurtar a chegada.
Cada um utiliza o esquema mental que mais conforto e eficácia lhe proporciona. Frequentemente, a motivação religiosa almeja proezas atléticas notáveis. No caso, um diabético de nível I italiano que desde a Toscana natal, pelo Santuário de Lourdes e Santiago de Compostela, chegou a Fátima em Abril passado com um total de 2.660 Km percorridos em 22 dias. Notável a proeza, se tivermos presente a necessidade especial de controle dos níveis de glicémia e a sua adequação ao nível de esforço muscular.
De comum com OXiclista ? O B.o.B., obviamente. Numa bicicleta de estrada. Como cantavam os resistentes: "não, não sou o único..."
De notar que o Mauro, certamente por interferência divina ou papal, conseguiu introduzir a bicicleta no terreiro do Santuário, condição que é severamente recusada aos milhares de ciclistas que se dirigem a Fátima ao longo do ano. Aliás, a tradicional benção aos ciclistas é realizada num parque de estacionamento das traseiras, que não no recinto, razão pela qual muitos cicloturistas deixaram de se dirigir a Fátima para esse fim. Muitos fazem a peregrinação e almoçam num restaurante sem se dirigirem ao Santuário onde deixaram de ser bem recebidos. É durante o esforçado caminho que cumprem os preceitos da devoção.