INTOXICAÇÃO ALIMENTAR

Os pais pagam as Colónias de Férias - 200 € para 3 semanas, mas com uma refeição semanal a ser levada de casa -, entregam os filhos à organização da Associação de Pais, esta recorre a um restaurante de um amigalhaço ganancioso e sem escrúpulos que dá comida estragada aos miúdos só porque decidiu guardar de Sexta para Segunda-feira carnes e molhos que não estavam em condições. Seis dezenas de miúdos abandonam o palácio de Queluz com várias centenas de vomitados pelo chão e os bombeiros da zona organizam um exercício não programado. Os pais largam tudo e vão a correr para o Hospital e ficam por lá 24 horas até que os miúdos tenham alta. As vidas de todos eles ficam concentradas naquela cama. Tudo o mais se adia ou esquece.

O meu Vasco até apareceu nas Tv's ao colo de um bombeiro. Adorou ter ido na ambulância sem cinto de segurança passando pelos semáforos vermelhos ao som da sirene. Uma das salas dos Cuidados Intensivos do Amadora-Sintra recebeu seis dos jovens protagonistas. Ao fim de 24 horas tiveram alta.Estão todos bem.

Nunca até ontem os CI daquele Hospital tinham tido tanto doente branco em simultâneo. Aliás, foi uma estreia estarem as seis camas ocupadas com miúdos brancos. Aliás, ainda, a passagem pelas salas de espera da Urgência far-nos-ia pensar que estávamos em Africa. Aliás, o Parque de Estacionamento parecia a Feira do Relógio com tanto furgão branco de portas abertas e fogão com a panela ao lume. Há quem diga que os serviços de urgência pediátrica na zona da grande Lisboa são ocupados em 80 % pelas minorias étnicas que não conhecem outro tipo de apoio médico para as suas crianças. Ou seja, só vão ao médico quando a coisa está mesmo complicada. Este comentário não é racista. É realista. Também para que a malta perceba onde se gasta o Orçamento da Saúde sustentado pelos impostos que uns pagam e outros nem por isso.