quarta-feira, junho 22, 2011

JORNALISMO RONHOSO

Ressalvo que existem Jornalistas sérios e competentes. Mas atentem por favor nesta capa de jornal. A fotografia é do desconhecido novo Treinador do FCPorto. Mas as letras gordas que marcam o título identificam a fotografia com "Um Professor Violador de Crianças". Se a fotografia fosse do Villas-Boas ou do Domingos seria defensável que essas pessoas eram tão publicamente conhecidas que a confusão entre o título e a fotografia seria minimizada. Mas acontece que o Prof. Vitor Pereira - atenção que ele usa no meio futebolístico o título de Professor - é uma personalidade quase desconhecida do comum dos portugueses que só a partir de ontem apareceu em discurso directo televisivo. A confusão entre o título do violador de crianças e a fotografia é por demais evidente.



Ora, não é por acaso que esta capa acontece. A provocação sistemática de sócios e adeptos do FCPorto mediante o achincalhamento dos profissionais do Clube é prática normal, intencional e deliberada por parte de alguns Jornais e Jornalistas. E é por estas e por outras que Pinto da Costa nas Conferências de Imprensa trata abaixo de cão alguns jornalistas que, convenhamos, não merecem outro tratamento.



Mas o importante para a nossa Vida em Sociedade, é percebermos que este tipo de comportamento por parte dos jornalistas não é admissível, independentemente da pessoa visada. Num país a sério, o jornal seria condenado a uma indemnização que o obrigaria à falência e, por isso, os outros Jornais nunca se atreveriam a repetir a provocação. Parte significativa da imaturidade da nossa democracia deve-se aos jornalismo português que passa a vida a falar da parvoíves - 'pintelhos', como dizia Catroga - em vez de discutir os assuntos e os problemas. Repare-se que a última semana foi passada pelos Jornalistas portugueses a discutir a "falta de experiência governamental" dos ministros indigitados - aliás, óbvia, para aqueles que nunca foram antes ministros - em vez de se discutir os problemas que eles têm para resolver e as alternativas para suavizar as soluções. Ou seja, o habitual discurso inútil do dever-ser em vez de se discutir o ser.



Passamos a vida a discutir como deve ser o capitalismo - como se isso dependesse da nossa opinião ou da opinião da Fátima Campos Ferreira - em vez de discutirmos a melhor maneira de lidar com o capitalismo onde estamos inseridos - quer se goste ou não dele.



Seria bom que nesta época de mudanças profundas na nossa sociedade, também o jornalismo lusitano levasse um virote para sacudir o cotão e arejar os panos. E as muitas nódoas.

1 Comments:

Blogger Victor Plastikman said...

Oh Amigo Carneiro ....
Atão vocemeçe na sabe que em portugal ainda se vive á custa da fachada ( apesar do novo ciclo politico )
Esta informação que temos , ainda é do xoxialismo do partido do soares , catano !!!

15:48  

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