CADEIRA DOS SONHOS
CARTOON DE HENRIQUE MONTEIRO
Não sou especialista em Linguagem. Mas sou obrigado, por vezes, a conviver com realidades que obrigam a uma interpretação do que é dito, muito para além das meras palavras proferidas. Consumada a transferência de Villas-Boas é fácil perceber, agora, que a célebre afirmação da "cadeira dos sonhos" serviu apenas para elevar o preço da contratação. Alguns portistas sequiosos de afecto só interpretaram o sentido literal da afirmação como uma declaração de amor eterno. Mas Villas-Boas estava apenas a utilizar o tempo de antena das conferências de imprensa para enviar o recado: "Eu estou no local que sempre sonhei, por isso para me tirarem deste sonho têm que pagar o normal que pagariam a um treinador, mais o preço de me privarem da cadeira de sonho". Por seu lado, Pinto da Costa pegou nessa afirmação e tentou amarrá-lo revertendo contra Villas-Boas a dimensão emocional do sentido literal: "É por dizeres que esta é a tua cadeira do sonho que eu sei que não te vais embora, porque se fosse só pelo dinheiro, obviamente que já estavas a caminho". Consumados os factos, é fácil perceber. Andaram a brincar ao gato e ao rato durante o último mês. Manipulando as emoções portistas dos menos prevenidos. Isto sim, são mind games. Não tem nada a ver com o mero exercício de boçal má-criação entre Jorge Jesus e Villas-Boas e vice-versa a que lamentavelmente assistimos.
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