VIR PARA A RUA
Em Abril de 1974 era um adolescente com 14 anos. Vivia na pacatez de uma vila de província, onde a revolta se traduziu apenas num chaimite das Caldas da Rainha que estacionou à porta do Posto de GNR. Fui eu que "furei o cerco" para levar o almoço ao meu pai que estava de serviço nessa Quinta Feira. Mais tarde quando se falava da espontaneidade com que o Povo de Lisboa saíra à rua para apoiar os militares revoltosos eu não entendia muito bem. Até porque o Partido Comunista se encarregou de se apropriar em exclusivo desse impulso social. O que mais tarde veio a ser desmentido nas urnas, como certamente nos lembramos todos, em especial, aqueles que nos liceus tiveram que enfrentar, muitas vezes a soco e a pontapé, o monolitismo estalinista da UEC, Juventude Comunista Portuguesa que, ainda hoje, usa como ícones Estalines, Lenines, Guevaras, Castros e outros assassinos. Mas estou a desviar-me do assunto.
Hoje, em Fevereiro de 2010, entendo perfeitamente aquelo impulso popular de 1974 de vir para a rua celebrar o fim do regime da União Nacional e lançar a esperança num regime alternativo mais justo, equilibrado, honesto e livre. Hoje, entendo porque o Povo em 1974 estava com a panela a transbordar de indignação e reagiu daquele modo.
Se ali em baixo, na Rua Augusta, a trinta metros do local onde escrevo estas linhas, surgir neste momento um pelotão de militares ou de polícias revoltosos para depôr o actual regime, eu até salto pela janela para me juntar a eles. E uma vez mais, não tem a ver com partidos políticos, ainda menos com o anedótico Partido Comunista. Tem a ver apenas com o "estado a que isto chegou".
Nota final: acho que estas linhas fazem de mim, irreversivelmente, um opositor ao regime. Por isso, logo que surja a revolução faço questão de pedir à Câmara pelo menos uma casita, como fez o Baptista-Bastos ou Baptista-Basto, ou lá como se chama esse heróico e recompensado opositor ao outro regime.
Hoje, em Fevereiro de 2010, entendo perfeitamente aquelo impulso popular de 1974 de vir para a rua celebrar o fim do regime da União Nacional e lançar a esperança num regime alternativo mais justo, equilibrado, honesto e livre. Hoje, entendo porque o Povo em 1974 estava com a panela a transbordar de indignação e reagiu daquele modo.
Se ali em baixo, na Rua Augusta, a trinta metros do local onde escrevo estas linhas, surgir neste momento um pelotão de militares ou de polícias revoltosos para depôr o actual regime, eu até salto pela janela para me juntar a eles. E uma vez mais, não tem a ver com partidos políticos, ainda menos com o anedótico Partido Comunista. Tem a ver apenas com o "estado a que isto chegou".
Nota final: acho que estas linhas fazem de mim, irreversivelmente, um opositor ao regime. Por isso, logo que surja a revolução faço questão de pedir à Câmara pelo menos uma casita, como fez o Baptista-Bastos ou Baptista-Basto, ou lá como se chama esse heróico e recompensado opositor ao outro regime.
1 Comments:
"Avante camarada!
Avante!
Junta a tua à nossa voz...."
Belos tempos do 1º Primeiro de Maio,logo a seguir ao 25 e Abril de 74.
Era eu sócio do FCP ,efectivo, nº 30.014.Que Vergonha!
Acho que tens razão.
ups!
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