GERAÇÃO EUCALIPTO
Avaliem bem esta notícia.
Perceberão a razão pela qual este blogue tem andado deprimido. Em cada dia que passa, cada um dos portugueses que trabalha e produz riqueza, tem que assegurar a sua subsistência, a subsistência de uma classe política ineficaz, a subsistência de um estado-social que, apesar de consumir tantos recursos, ainda nos vem pedir ajuda através da solidariedade republicana ou da caridade religiosa para aqueles que empurra para a miséria e, no final de tudo, ainda ficamos a dever mais 5 € no ocaso de cada dia. Sendo que essa dívida vai acumulando inexoravelmente, até atingir um montante que conduza obrigatoriamente à insuportabilidade e à banca-rota.
A crise internacional acaba por ser o que de melhor aconteceu a Portugal enquanto Nação. Acabou com a margem de tolerância que permitia ir disfarçando a triste realidade e vai obrigar a curto prazo a uma de duas coisas: ou a arrepiar caminho ou a continuar a caminhar paulatinamente para o abismo. Mas nada vai ficar como até aqui. Numa bifurcação, vamos ter que escolher entre a banca rota - como aconteceu, por exemplo na Argentina há 12 anos -, ou a arrepiar caminho mediante o congelamento e a diminuição dos salários, a retoma da actividade primária, em especial a agricultura, para repôr em auto-alimentação a falta de meios para comprar os vegetais, o frango e o coelho no Pingo-Doce, o progressivo alargamento de taxas moderadoras nos serviços de saúde que se vão assumindo cada vez mais como taxas-preço do serviço, o abandono de utopias insuportáveis como a "saúde gratuita universal", o estabelecimento inevitavel de tectos e a diminuição das pensões mais elevadas da CGAposentações. E acabar, obviamente, com os 340 mil que são sustentados pelo Rendimento Social de Reinserção ou rendimento mínimo ou lá como se chama esta pesada herança do guterrismo.
Ou seja, para "isto" não romper de vez, vai ser necessário que as pessoas se prontifiquem a viver 25% ou 30 % abaixo do nível dos últimos anos. Quem persistir na defesa intransigente dos seus direitos "adquiridos" deve ser encarado como um inimigo do bem comum. Porque esses "direitos" só foram adquiridos à custa do endividamento que viria a ser pago pelas gerações futuras, por isso nunca foram um direito próprio obtido por mérito próprio. Foi um direito que se obteve através da assumpção de dívidas que alguém há-de pagar no futuro.
Por isso, esta geração que se instalou no poder desde o 25 de Abril de 1974 é uma geração parasita, chula, que chupou o país como uma praga de eucaliptos. Comeu o ouro que o Salazar cá deixou, comeu a totalidade do pouco que produziu e tem andado a comer aquilo que os miúdos com seis e sete anos de idade irão pagar durante o resto das respectivas vidas. Nada disto tem a ver com a esquerda ou direita. Foram todos eles, como elementos em papéis antagónicos e complementares de uma bem ensaiada companhia, que foram desempenhando os diversos actos desta ópera bufa que teve como libreto um texto constitucional irreal, impraticável, pueril e ingénuo.
Basta imaginar uma família que em cada mês tenha a necessidade de ir pedir emprestado 100 € para conseguir pagar as suas despesas desse mês. O nosso país tem vivido assim: cada hora que passa, Portugal fica a dever mais 2 milhões de euros. Não é preciso ser economista para perceber que "isto" vai ter que parar. A bem ou a mal.
7 Comments:
Carneiro,
"o Sol quando nasce é para todos".Acabámos de entrar numa nova era.Vamos depender menos do petróleo e de quem através dele vai explorando tudo e todos.
O SOL está lá em cima.Ninguém lhe toca.O SOL vem todos os dias visitar-nos,tocar-nos.Todos o recebemos.Todos o receberemos.Excepto aqueles que vivem à sombra dos outros.
Ainda há esperança e vai havendo sinais de mudança.Todos atentos.Que a todos seja dada possibilidade de perseguir a utopia.
Haja Saúde
jm
vai ser necessário que as pessoas se prontifiquem a viver 25% ou 30 % abaixo do nível dos últimos anos.
Por isso compraste outra bike
e carérrima...lol
Não estresses porque isto ainda vai para pior. Imagina estes tipos a governar sem maioria.
anónimo,
e quem te disse que a btt não foi comprada para circular em Lisboa quando ocorrer o colapso dos transportes públicos e o caos social ? Sabes, ainda tenho o reboque BOB... E com a roda fina em Lisboa não dá, pois tem os piores pavimentos do país.
Viste as imagens da Argentina há 12/10 anos atrás?
Viste a classe média - professores, advogados, bancários - a ter que ir viver para as pampas, a voltar á economia de subsistencia rural, dependendo da pesca, da caça e do frango da capoeira ?
Amigo, isto pode explodir de repente. E se vendeste as leiras de terra que serviram para alimentar os teus avós e os teus pais lá na terrinha, fizeste mal.
Eh,pá, se isso for assim vem para a Graça do Divor...Os Piteiras têm uma horta,bem tratada e produtiva.E, não tem muros.Estás a ver, a gente de noite enche o BOB e de manhã assobiamos para o lado,quando bebermos o café que eles nos vão pagar."A terra a quem a trabalha".....isto deve ser da idade?Eeheheheheheh.
Estou a ver e ouvir a MARA ABRANTES(RTP 1) numa canção de antes do 25 de Abril...revivalismo preocupante?"não sei se a saudade fica,ou se ela vai embora".
ups!
...além de que a btt que vou buscar ao Porto na próxima semana, já foi abrangida pela tabela 30% abaixo do custo normal. Se não houvesse crise tinha comprado uma em carbono toda XTR. assim, foi em alumínio XT.
Agota tu, Jm, cuidado com a Mara...Nunca te esqueças que quem vai para Abrantes deixa Tomar atrás...
caro anónimo,
Se te identificares, publico tudo o que escreveres, estejas ou não de acordo comigo.
Na qualidade de anónimo só tens direito a:
1. Concordar comigo;
2. Achares que esta treta de blog é um dos melhores do mundo;
3. E que foi uma pena eu não ter prosseguido em jovem uma carreira de ciclista (bem como outras coisas do género daqueles que os benfiquistas gostam de ouvir).
Não leves a mal, mas estares a "picar" e a fazer considerações pessoais sobre a minha vida e o dinheiro que eu gasto ou deixo de gastar atrás da cortina do anonimato...
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