DRAGON BALL
A transmissão pela TVI do jogo FCPorto-E.Amadora foi mais um eloquente exemplo do jornalismo futebolístico rasteiro e ordinário que somos obrigados a suportar.
1. Os dez primeiros minutos de comentários foram passados a falar do jogo da selecção que ira ser transmitido e da polémica da final da Taça da Liga. As referências ao Benfica eram constantes. A falta de respeito pelas equipas que estavam em campo era por demais evidente. Filhos da puta.
2. Só à 5ª repetição, o comentador condescendeu em reconhecer que, afinal, era mesmo penalty. Depois de o ter negado, seja pelo método de negação directa, seja pela pérola do jornalismo lusitano que corresponde a afirmar que é duvidoso e a deixar a insinuação que tudo não é mais que um favor do árbitro. Filhos da puta.
3. Vidigal acabou por cometer dois actos passíveis de penalty. Quer quando rodou o corpo prendendo a perna direita de Lizandro com o sovaco, impedindo-o de progredir, quer quando tocou a bola intencionalmente com o braço para a afastar de Lizandro. O filho da puta do comentador da TVI só à 5ª repetição é que decidiu descer à terra e reconhecer que, afinal, não era favor do árbitro. Filho da puta.
4. No golo de Meireles, o outro comentador da TVI, porque não consegui arranjar um fora-de-jogo ou outro vício para o golo, invocou uma "obstrução visual" que Lucho fez ao guarda-redes do Estrela. Como se o Lucho fosse obrigado a afastar-se para o lado, para o Nelson poder ver todas as trajectórias da bola. Este filho da puta conseguiu inventar uma nova regra no futebol que é a proibição de obstrução visual ao guarda-redes. Filhos da puta.
5. Cada vez que o Estrela passava o meio-campo o entusiasmo do comentador era vibrante. E se o Estrela chegava finalmente à baliza contrária, surgia logo o comentário de que o Porto estava a ser dominado. A confusão entre o desejo e a realidade era por demais evidente. O que tu querias sei eu, seu filho da puta.
6. Lizandro é varrido no pé de apoio dentro da área. Penalty claro. O comentador começou por dizer "Lizando caiu" e só com a repetição afirma "parece que é falta" e continua a falar doutra coisa qualquer, como se aquela situação não fosse um dos lances essenciais do jogo com repercussão directa no resultado da eliminatória. Filho da puta.
7. Já me esquecia do golo anulado por inexistente fora de jogo. Lizandro é colocado em jogo por um defesa lá atrás (na linha de defensores) que não tem intervenção directa na jogada. O comentador refere que o "fiscal de linha está bem colocado" querendo significar com isso que a decisão foi correcta. Filho duma grande puta.
8. Bem sei que tenho andado azedo nos últimos dias, mas estou cansado deste benfiquismo ranhoso e descarado que impera no jornalismo futebolístico português. O meu desprezo intelectual nada tem a ver com o Benfica-Clube ou com os seus adeptos, que se respeitam. Tem a ver com esta postura desonesta, oportunista, velhaca, desleal, ranhosa que intoxica a opinião pública, que omite a verdade e faz da reiterada mentira e do falso-testemunho a única estratégia para combater aqueles que, em campo, dão provas inequívocas de trabalho e de mérito.
9. O FCPorto uma vez mais mais viu o resultado obtido dentro do campo ser encurtado em dois golos, por força deste ambiente jornalístico que influencia os árbitros e que os leva, fora da certeza absoluta, a decidir contra o FCPorto, só para acautelar as costumeiras suspeições que os jornalistas do benfiquismo nacional usam para condicionar os resultados desportivos.
10. Neste fim-de-semana os escândalos foram tão volumosos que não deu para disfarçar. Mas tivéssemos nós uma classe jornalística desportiva isenta e rigorosa e o futebol não seria a tristeza que se vê. Os Presidentes - incluindo o meu - só fazem as figuras que sabemos, os jogadores só são os simuladores que se sabe, porque o jornalismo futebolístico é a mais lamentável das profissões actualmente em Portugal. Puta que os pariu.
11. O único consolo é ver o Estrela da Amadora a jogar, com salários em atraso e com um desconhecido Treinador português, e saber que a equipa do Benfica nem sequer daquele modo consegue jogar. E esta é a principal consequência, porventura a mais cruel, do jornalismo benfiquista rasteiro. É que deformam tanto a realidade que perdem a capacidade de auto-crítica e nem conseguem avaliar com objectividade o que têm por casa.
12. Este fim-de-semana futebolístico foi um concentrado da minha vida de adepto, desde que me lembro de apreciar futebol: o mérito a ser denegrido de forma sistemática e o maior do mundo a obter mais um título da maneira que se viu. E depois andam por aí a falar de moral e de ética...
5 Comments:
Eu também sou como esses jornalistas"baixinhos"...acho que o importante é mesmo o benfica ganhar de qualquer maneira.Assim,como assim,tu irritas-te sempre com os meus "vermelhos"...parece que tens alergia.Pois ,a asma tb.é.Desculpa!
ups!
tu tens um metro e noventa, pá. A tua estatura, física e moral, não entra neste filme de classe B... (Olha, agpra é que percebi a razão pela qual Hollywood classifica como de classe B o cinema que não presta...ehehe)
Estás muito rápido...não te esqueças que eu sou do Manchester,mas se for preciso mudo para os "DRAGON"da Areosa(só para dar azar).
ups!
Agora a sério,que com estas brincadeiras,quase perco a necessidade de falar direito...
Ontem vi o jogo do Porto,como costumo ver os da Liga Inglesa.Há grande diferença actualmente.Gosto de um bom jogo de futebol,disputado com seriedade.Nas transmissões em português apago,quase sempre, o som.Jornais desportivos, nem sei de que tratam.
Haja Saúde
jm
Voltas a ter razão.
O golo é limpo, o penalty não marcado e... mais que tudo, a merda de comentadores que por aí andam.
Não haverá nenhum que consiga fazer um trabalho não clubístico?
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