segunda-feira, junho 17, 2013

O DIA DA POUCA VERGONHA

Por uma regra de 3 simples, dá 67% dos exames efectuados e 33% de exames boicotados pelos grevistas.
Como os números são da própria  Fenprof comunista, não percebo o êxito de 90% anunciado pelo Nogueira.

6 Comments:

Blogger Francisco Silveira said...

Sou professor do 1º Ciclo com 27 anos de serviço e militante do PSD. A minha esposa é Educadora de Infância, com 26 anos de serviço e também militante do PSD. Fizemos os dois greve, o que representou um rombo significativo no orçamento familiar, que se tem encurtado nos últimos anos. Eu, apesar de estar a fazer greve, estive a trabalhar, o mesmo aconteceu com 5 dos 7 colegas da escola onde trabalho, Centro Educativo de Belmonte. Fiz greve e quero-lhe dizer que tenho a consciência tranquila. Gosto muito dos meus alunos e dedico-lhes mais horas de trabalho do que o senhor poderá supor. Pois como eu costumo dizer a alguns amigos, eles não vão ver as horas que depois do jantar eu estou a corrigir trabalhos, a preparar as aulas do dia seguinte ou preparar fichas. Contudo, há um aspeto muito importante, e que penso que só o compreende do seu lado, tenho dois filhos no ensino superior, que dependem de mim para sobreviverem, dependem do trabalho que exerço. Se eu, com 52 anos de idade, ficar desempregado, assim como a minha esposa com 48 anos, será uma situação catastrófica... Como tal, penso que o direito a lutar pela sobrevivência, é o primeiro direito que me assiste. Respeito o seu direito de pensar de forma contrária à minha, não aceito que o senhor me chame de "desenvergonhado" e com falta de caráter. E mais uma vez lhe recordo que também tenho dois filhos que dependem de mim e da minha esposa para terem um futuro tão digno como os seus. Como dizem cá na beira "Só não se sente, quem não é filho de boa Gente". Tenha um Bom Dia

Francisco Silveira

14:48  
Blogger carneiro said...

A questão não é a greve, nem as razões de indignação dos professores.
A minha mulher é professora e como até é coordenadora de grupo, além de outrs cargos estranhos, passa os serões e fins de semana a trabalhar. Tem semanas em que 50 horas não lhe chegam.
Por isso, conheço a realidade dos professores que refere.

O meu reparo é pelos exames do 12º em concreto e pelo significado específico deles.

O meu filho que está em exames do 12º também "tem direito a lutar pela sobrevivência" dele. Para utilizar as suas palavras.

A restante luta dos professores, concorde-se ou não com ela, é alheia ao meu texto.

Insisto, boicotar os exames do 12º ano, pelo que estes exames significam para os jovens e para os pais que investem no futuro deles, foi uma pulhice das antigas.

E a si não lhe dói porque os seus filhos já passaram do 12º e nesse dia ninguém lhes fodeu o futuro.

E, já agora, estando activa a greve às avaliações, o que é que adiantou fazer também greve aos exames do 12º ano sem ser para lixar os miúdos ?

Um bom dia também para si, se conseguir não ter remorsos.

15:15  
Blogger carneiro said...

Em síntese: para lutar pelos seus direitos e pela sua sobrevivencia não precisava de lixar o futuro a um dos meus filhos. Já alcançou ?

è que não é só nas Beiras que a boa gente se sente quando é fodida pelos comunistas e pelos distraídos que se deixam ir na conversa.

15:21  
Blogger Francisco Silveira said...

Apesar do confronto de pontos de vista diferentes, penso que o respeito nos comentários deverá ser um princípio orientador. Certamente que tal como eu, o senhor já verificou que estamos colocados em extremos e o seu ponto de vista de sobrevivência é diferente do meu ponto de vista de sobrevivência. Eu respeito o seu, até porque também tenho filhos. Por outro lado, porque tenho uma colega, que me merece o maior respeito como pessoa e como profissional, que tem um filho no 12º ano, aqui em Belmonte, e ela optou por não fazer greve, tendo sido decisiva para o funcionamento da segunda e última sala de exames, e não será por isso que deixarei de continuar a ter consideração por ela e deixaremos de ser amigos.
Quero também dizer-lhe que um dos meus filhos realizou hoje de manhã um exame na Faculdade de Letras de Coimbra e que também ele não tinha a certeza de que se iria realizar, pois a greve é extensível ao Ensino Superior. Também lhe quero dizer, que apesar de todos os constrangimentos, nenhum aluno ficará impedido para todo o sempre de fazer o seu exame de português de 12º ano. Em relação ao seu último comentário, penso que era desnecessário. Remorsos, temo-los quando a nossa consciência nos acusa de termos feito algo de errado, o que não é o caso. Como pessoa suficiente inteligente, estou habituado a pensar pela minha cabeça, e não a de dirigentes
sindicais, embora sejam eles a decretar as greves...
Mais uma vez desejo que tenha um Bom Dia.

16:07  
Blogger carneiro said...

O respeito que tenho por si passa por ter editado os seus comentários. Não é o vernáculo, ainda menos que não lhe foi dirigido, que estabelece a medida.

Portugal está a acabar. Está a um milimetro da bancarrota.

Há uns que trabalham e que ainda querem acreditar.

E há outros que estão a fazer tudo para deitar abaixo a pouca esperança que resta. Porque visam tomar o poder quando se instalar o caos. É o comunismo científico a ser aplicado todos os dias à nossa frente. Vem nos livros. Aproveitar e cavalgar qualquer insatisfação social. Mesmo quando fazem manifestações com 10 tipos e um cartaz e a SIC diz que foram várias centenas.

Todos os dias na baixa de lisboa os tipos aqui passam.

E se calhar como estou na trincheira da frente e não na Beira, já não acredito na bondade desta corja.

E em situações de crise o que nos acode é os Valores.

Quem sabe a diferença entre o bem e o mal, a liberdade e a repressão, quem diferencia a rectidão do oportunismo, quem separa a honestidade do relativismo, sabe sempre qual é o seu lado na barricada.

Se eu viro costas e não confio num advogado que atraiçoou um cliente, também viro costas e não confio num professor que atraiçoou um aluno. Desculpe lá, mas não há forma de dizer isto com mais molho.

Porque essa relação de confiança é sagrada. E o que é sagrado não pode ser perturbado.

Eu já fiz julgamentos, completamente agoniado com o cliente, por ele não ter pago o combinado. Mas fiz o julgamento na mesma. Nem o abandonei, nem o prejudiquei. Se calhar o entusiasmo foi menor, porque não sou santo. Mas cumpri o suficiente para ele não poder dizer que era por minha causa que as coisas lhe correram menos bem.

Cada profissão tem as suas obrigações específicas. E se uma greve a exames sempre seria grave, quando temos um exame do 12º ano, então, é gravíssimo.

Porque o marco fundamental da vida dos nossos jovens não é o tempo da faculdade. Com mais ou menos segundas épocas o curso faz-se. É preciso é entrar.

E é na entrada que se joga tudo. Até ao fim da vida. E é aqui que ninguém tem o direito de prejudicar os examinandos.

Aliás, houve professores que perceberam isso e não faltaram aos exames, apesar de estarem revoltados com o Crato.

Mas porque somos todos livres (por enquanto), cad um de nós escolhe o seu caminho. Mas depois não pode ficar escandalizado se lhe apontam o dedo.

Porque vivemos tempos de tudo ou nada.

17:15  
Anonymous Manoel de Matos said...

Custa-me muito que esta gente não perceba o que está em causa.

Põem em causa a mobilidade quando há milhares de portugueses que tem de sair do pais para poder trabalhar!

O futuro dos filhos que estão na universidade? Eu, antes de entrar para a universidade, onde também tinha direitos adquiridos, como trabalho "certo" no fim do curso, já tinha de trabalhar para poder pagar os estudos, porque os vossos direitos adquiridos fizeram com que vários sectores se fossem destruindo, como as pescas, agricultura, e, no caso dos meus pais, os lanifícios.

A mais de 2000k de casa, e de um filho que quase não conhece o pai, e noutro continente, já por diversas vezes fui confrontado, com greves no metro, comboio e até taxistas que fazem tudo para não me levar até à gare do Oriente...

As greves são feitas pelos mesmos de sempre, os que têm e sempre tiveram mais, e prejudicam sempre os mesmos.

Mas desta feita foram mesmo longe de mais. Imagino a revolta deste pai, pois eu, que não tenho nem sequer um conhecido que tenha sido afectado, estou completamente revoltado! O que se passou hoje em Portugal foi uma vergonha, um roubo e um insulto, não só aos estudantes, principais visados, mas a todos os portugueses.

Nunca vi a Fenprof lutar pelos direitos dos professores que trabalham a recibos verdes, que nunca sabem onde vão dar aulas no ano seguinte, se é que sequer vão ter vaga, que são obrigados a fazer o que alguns do quadro não fazem.

Este governo tem feito muita coisa mal, mas agora, que começa a fazer aquilo que mais é preciso, a reforma do estado, la vêm as sanguessugas tentar, mais uma vez, deixar tudo na mesma. Conseguiram-no com a Maria de Lurdes Rodrigues, espero que não o consigam agora.

Espero que um dia percebam que não nos podemos governar com o dinheiro que não temos, e, sobretudo com o que não têm!

É que estou farto, mesmo farto, de "todos" vocês. Não de Portugal.

Carneiro, no dia da revolta conte comigo.

01:31  

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