quinta-feira, setembro 22, 2011

A COR E O CHEIRO

Obama tenta evitar candidatura palestina na ONU




Desde já afirmo que sou pró-israelita, pois que o Estado de Israel traduz a fronteira mais ao oriente da civilização ocidental. E alguém tem de fazer o serviço sujo de garantir o espaço vital à nossa civilização ocidental, por mais defeitos que ela tenha. Coisa diferente é ser cego nessa opção. Desprezo os radicais judeus e os seus colonatos abusivos tanto quanto os terroristas muçulmanos. E acredito que só um sistema de dois países coexistentes resolverá o problema israelo-palestino. Que, para mim, tem mais a ver com o domínio da água do que com que "locais sagrados" qua ambas as partes disputam. Mas o meu ponto de hoje tem a ver com Obama e com a campanha que os jornalistas portugueses fizeram em benefício da sua imagem pública. Na época em que foi eleito, dizia-se que iria salvar o mundo, expurgando-o de tudo o que era mau e injusto. Era uma espécie de cristo encarnado da esquerda. Era um messias que descera à terra para mostrar como a esquerda ia resolver os problemas do mundo. A esquerda urbana portuguesa sempre que podia comparava Socrates a Obama, tentando associar o saloio do Fundão à aura de superior inteligencia que a humanidade vislumbrava sobre a cabeça de Obama. Passados estes anos, quanto ao saloio nem vale a pena perder tempo: a obra dele está aí. Quanto a Obama sabemos que agravou significativamente a dívida pública americana, aumentou os impostos como nunca, viu aumentado para 45 milhões o número de pobres americanos, manteve e mantém as guerras que herdou, não fechou as prisões que o escandalizaram na campanha eleitoral e não resolveu qualquer dos problemas americanos que existiam quando chegou ao poder. Em especial para o nosso assunto, não conseguiu, nem travar o terrorismo palestiniano, nem impôr bom senso e práticas razoáveis ao lado israelita. E agora até se opõe ao reconhecimento do Estado Palestiniano, contrariando o que prometera, contraiando a solução lógica, mas garantindo o apoio dos milhões de dólares judeus de que necessita para a sua reeleição. Passados estes anos, Obama tem sido um presidente americano na mediania de tantos outros presidentes americanos de cujo nome nem nos lembramos. Nada de especial trouxe à América ou ao mundo. A única diferença que ele tem para os outros é a cor da pele. Curiosamente, foi a esquerda urbana portuguesa e os seus paladinos jornalistas do regime que por cá mais salientaram esse facto para o diferenciar. No fundo a esquerda urbana e os seus paladinos jornalistas do regime não fizeram mais do que um exercício do racismo que repudiam retoricamente, mas que lhes está entranhado nos genes, tanto quanto aos portugueses comuns em relação aos quais se sentem intelectualmente muito superiores. Em suma, também pela América mudaram as moscas, mas a merda manteve-se. Um pouco mais escura, é verdade. Mas rigorosamente merda na sua composição essencial. Porque, como os homens, as merdas são feitas da mesma matéria. A côr é apenas uma pequena variável quase insignificante. A verdadeira diferença está no cheiro. Dos homens. E da merda.