VOLTA 2010

A última etapa efectuava um breve circuito dentro da cidade de Lisboa.

Na RTP o comentador de serviço e Marco Chagas discutiam a relevância para este último de deixar de ser o único com 4 Voltas ganhas. Ao contrário das habituais sobriedade e clareza nos comentários de Marco Chagas, a infantil discussão acabou por impedir que a RTP cumprisse a sua principal função: informar.

Por isso, houve pessoas que ficaram em Entre-Campos e no Campo Grande à espera dos ciclistas, porque a RTP chegou a dizer que o circuito era o mesmo do último "Circuito dos Túneis". A RTP não informou que o retorno acontecia no Campo Pequeno.

A RTP também não conseguiu esclarecer exactamente quantas voltas ao circuito teriam que ser percorridas. Na transmissão em directo, antes de sair de casa, ouvi falar em 7, em 6 e depois em 5 voltas.

Quando cheguei ao Circuito ninguém sabia exactamente o que se iria passar. Alguns espectadores invocaram o Programa Oficial que diria "termina na 5ª Passagem pela Meta". Alvitrei que, então, o circuito seria apenas de 4 voltas. Houve um gajo, teimoso, que ficou por lá à espera da 5ª passagem. Ainda lá deve estar.

Mas o meu ponto é este: Os comentários da Eurosport, pese embora a extraordinária enciclopédia ciclísta que é o Paulo Martins, já aborrecem com tanta brincadeira, tanta aposta, tanta conversa pessoal. E nem quero falar nos pontapés na gramática e na excessiva menorização do jornalista francês que deve ser uma óptima pessoa para aturar tanta parvoíce junta. Não sei se deram por isso, mas o francês é o que melhor fala a Língua Portuguesa. Gozarem com ele apenas por causa da pronúncia...

Mas no caso da RTP, ainda é mais grave. É uma Estação Pública de Televisão. E a principal função é informar. A Volta é corrida em época de férias. Muitos dos aficcionados estão espalhados pelo País, por zonas que conhecem mal. Seria interessante detalhar de véspera e no próprio dia da transmissão o percurso para que as pessoas possam acorrer à estrada.

O que se passou na última etapa deste ano em Lisboa foi uma tristeza completa. Não se pode reclamar que os lisboetas não vêm à estrada apoiar o ciclismo se os percursos e as horas de passagem não são publicitadas com antecedência e rigor.