MAFALDINHO

A mafaldinha voltou a disseminar coments anónimos por alguns dos blogues linkados ali ao lado.

Desta vez assumiu-se no masculino e como protector do "sexo fraco". Não vou publicar desta vez o coment na sua totalidade, pois a criatura contava com isso, à semelhança do que aconteceu com o anterior. Mas a indefinição/confusão feminino/masculino da autoria não deixa dúvidas sobre a dúvida existencial quanto ao género. Tanto mais que dá como provado que o Xiclista tem efectivamente a pila pequena. Como se isso não fosse um facto público e notório. Olha a novidade... Mas esta fixação no tamanho da pila só tem duas explicações: ou a mafaldinha é uma gaja despeitada por nunca lhe ter visto a exacta medida ou, mais grave, é um paneleirão que anda com essa fixação. Porque não se alcança outra explicação para estar assim centrada a dissertação provocatória.

A/o mafaldinha/o atribui um conjunto de defeitos de carácter ao Xiclista, fazendo a subliminar exaltação das correspondentes virtudes próprias. No fundo a/o mafaldinho/a tem andado a comparar-se com o Xiclista. E só se compara quem sofre do estado doloroso subjectivo da articulação do cotovelo. Só se compara quem sente complexo de inferioridade. Só se compara quem tenha sido preterido por alguém que tenha optado pelo Xiclista em detrimento dele/a e que agora o pôs a dizer "eu não te tinha avisado que o gajo não prestava ?". Isto cheira tremendamente a conversa de corno. Manso, claro. Proclama-se mais inteligente, mais bem-humorada/o, mais arguto/a e com mais visitas no blogue dela/o. E no seu anonimato acha-se tremendamente mais corajoso/a do que o Xiclista. Por mim, tudo bem. Ganhaste a competição em toda a linha. Leva lá a Taça. Até podes cantar "campeões, nós somos campeões" quando voltares a ganhar a Taça do Guadiana. É que o anonimato define tudo.

Bem sei que os amigos me têm dito para censurar esta situação e para não lhe dar seguimento. Porquê ? A blogosfera também é isto: ataques anónimos, comparações de tamanhos de pila, comparações de visitas diárias e muita, muita frustração pessoal. Que alguns de nós ultrapassamos fazendo desporto e convivendo, in persona, com amigos. Outros não dão pela frustração em que vivem e alimentam-na na galhardia, na valentia, na temeridade, no arrojo de provocações anónimas, cuspidas em frente a um monitor, inibidos e receosos de sair à rua e conviver com as pessoas.

A blogosfera é viciante. Alguns dão por isso, sabem que a blogosfera é um meio, nunca um fim, e conseguem manter uma vida social normal em paralelo com os blogues. Outros vivem a blogosfera em circuito fechado e já não sabem interagir com o semelhante sem ser através dos recursos informáticos. Para esses, a forma de agredir alguém já não é "dar uma chapada". É insultar e provocar através de mecanismos virtuais. E ter um amigo não é partilhar um passeio ou uma refeição em amena cavaqueira de viva voz. É apenas engajar alguém que nunca vimos no coro dos concordantes que surjem nas caixas de comentários.

Anda, Mafaldinho, força, meu grande paneleirão. Enquanto não sais em definitivo do armário, continua a mandar coments anónimos que estas matérias servem sempre para mais um post.