TEMPO VOLTA PARA TRÁS
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Na sua passagem por Portugal, Eriksson deixou boas recordações aos amantes do futebol. Trouxe um estilo de jogo que na época era novo, com aquilo que agora se chama "pressão-alta" e "transposição defesa-ataque rápida". Naqueles tempos era novidade e deu resultados. O Benfica brilhou por cá e pela Europa. Enfim, não brilhou tanto como os benfiquistas gostam de dizer, mas brilhou alguma coisa.
Eriksson trouxe também ao futebol português uma dose de elegância e de fair-play que era novidade para todos os portugas, sem excepção.
Em 2008 não creio que Eriksson traga algo de novo ao futebol português. Por cá, o que ele sabe já não é novidade. A qualquer dos níveis. E a repetição de receitas antigas não funciona em futebol. A idade do treinador e a ânsia de ganhar não são as mesmas, não há disponibilidade financeira para um plantel que proporcione resultados instantaneos, as solicitações no estrangeiro serão sempre presentes e a pressão a que comunicação social benfiquista sujeita qualquer treinador nunca admitirá um projecto plurianual. Eriksson só ficará dois anos se conseguir ser campeão no primeiro ano. Por isso, ciclos anuais continuarão a dar os resultados que se conhecem.
Finalmente, a contratação de uma figura consensual como a de Eriksson é a confissão pública da fragilidade do Presidente. Falta coragem para ir buscar um treinador da geração de Carvalhal, para um projecto, pelo menos, tri-anual. No momento da decisão, esconde-se atrás de uma figura querida pela massa associativa, sacrificando o arrojo da ambição à segurança da não-contestação.
3 Comments:
O Erikson velho tá bom para o Benfica velho e desgastado/déjá vú, tambêm ;-)
Ele chegou a ganhar alguma coisa depois de sair do slb? Não me lembro, a sério.
ai o scolari na tv a fazer PUB...
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