VILA NOVA DA RAINHA

A Estrada Nacional nº 3 que liga Carregado a Santarém, contorna pelo sul e este a aldeia de Vila Nova da Rainha empoleirada numa colina com vista privilegiada para a lezíria. Outrora a terra era famosa como atesta a referência que a ela faz Almeida Garret nas Viagens na Minha Terra. Antigo porto fluvial, situa-se na zona de confluência da Ribeira de Alenquer com o majestoso Tejo. Já passei dezenas de vezes pela estrada nacional, que a circunda, a caminho da Azambuja, Cartaxo ou Santarém. Ontem, aproveitei para fazer uma pausa ao sol e subi à colina da Igreja Matriz de onde foi possível perceber a razão geográfica da importância histórica daquele local. É que a toda a volta só se vê a enorme planície de aluvião, à excepção do acesso por nor-nordeste que funciona como o istmo de uma península. Fácil é perceber que nos antanhos quem viesse a pé para Lisboa só apanharia o barco no ponto mais a sul da terra firme. E, nas cheias, aquele era o primeiro local que permitia pôr o pé em terra seca.

Atleticamente, consumi cerca de 5.000 Kcal para os cerca de 100 Km em 3:45 de tempo líquido a pedalar. Fez um frio tremendo, diria, um frio do caraças. Vi dois corajosos em calções de lycra e arrepiei-me. Eu levei as minhas calças com 3 camadas de wind-tex e outras fibras da moda. Confesso que aquilo é um bocado grosso e ao princípio enquanto estão tesas parece um fato térmico de mergulho. Mas com o andamento vinca nos locais certos e permite pedalar em relativo conforto.

EM TEMPO: A Povoação actualmente tem a classificação de Vila.