SEMI-PRESIDENCIALISMO E DUODÉCIMOS
Deixei este texto na Caixa de Comentários do Corta-fitas e recebi a honra do João Távora o ter editado como Poste. O texto não está particularmente cuidado porque foi deixado de um folego como comentário. Vai daí, dei-lhe um título pomposo e copiei-me a mim próprio.
De repente toda a gente se esqueceu que o regime é semi-presidencialista.
De repente toda a gente se esqueceu que o regime é semi-presidencialista.
Quer no funcionamento. Quer na legitimidade democrática. Deputados, através dos partidos, e Presidente da Republica têm de atingir um nível de entendimento pelo menos tácito para a nomeação do PM - para isso é que servem as audições aos partidos -, pressupondo que os partidos, através dos seus deputados vão deixar passar o governo. Isto envolve uma coisa que não está escrita na Constituição: Sentido de Estado.
Se o PR não consegue esse nível tácito prévio e impõe um PM que aos deputados só resta rejeitar, isso não significa que os Deputados poderão ter a veleidade de impor ao PR um outro PM alternativo em resposta vingativa sem a concordância prévia, pelo menos tácita, do PR.
Porque o entendimento tácito funciona nos dois sentidos. E apura-se através de sinais, mesmo quando não há declarações expressas.
É necessário o acordo de ambos os dois - como diria o outro.
A legitimidade democrática é, pelo menos, de igual intensidade - ambos, deputados e PR são eleitos por voto directo. Aliás, os teóricos destas coisas até entendem que a maior legitimidade democrática é a do Presidente por ser unipessoal, universal e directa. E Funcional, devido ao facto do PR estar colocado no topo da hierarquia. É o último elo da cadeia de poder. Por muito que custe ás guinchadoras, a legitimidade democratica e funcional delas é menor. E a educação também, como é manifesto.
Ademais, a legitimidade politica do acordo de coligação da esquerda nem servia para um aluno do primeiro ano de ciencia politica. Aquilo é igual a nada. Como a questão da TAP começou imediatamente a demonstrar. O PCP já apanhou o PS com as calças na mão.
(Obviamente que o PS sempre concordou com a privatização da TAP, vai dizendo umas coisas de esquerda só porque sim, só para fazer o seu papel. Quanto muito há pessoas dentro do PS que gostariam de ter sido elas a fazer a privatização apenas por causas das fotocópias.)
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