quinta-feira, outubro 22, 2015

O SEGUNDO RESGATE CHAMADO COSTA

António Barreto desenha um futuro negro para um governo com o Bloco de Esquerda e do PCP no poder afirmando que acabará num segundo resgate e num novo ciclo de grande austeridade.

E apontou o que considera ser a irresistível "atração pelo poder" que tem movido PCP, BE e PS. "Resumo numa simples frase: cheira bem, cheira a poder", afirmou.

Um governo com o comunismo não vai funcionar, nem "durar quatro anos", considera Barreto. "Quando se começar a discutir" sobre renacionalizações, o Tratado Orçamental e o défice orçamental, ou a estratégia da NATO e da União Europeia, " tudo isto, vai ser possível fazer com o Partido Comunista sempre a engolir sapos?" pergunta.

"Sou contra o comunismo como sou contra o fascismo, sou contra os dois", reconhece António Barreto, sem receio de ser chamado "anti-comunista primário". E questiona mesmo "não sei porque é que o comunismo tem uma benção superior à do fascismo".

Sobre a proposta comunista de querer que a União Europeia pague a saída de países do euro, António Barreto ironiza e diz que alguns partidos estão a transformar a União Europeia numa espécie de "Santa Casa da Misericórdia" que deve pagar todos os erros e disparates dos países-membros. "Estamos no domínio da fantasia alucinada", refere.

Para António Barreto, a situação de Portugal começa a assemelhar-se à da Grécia. 

Já os portugueses, ao fim de quatro anos de austeridade, estão "apenas um pouco mais pobres" e "mais rijos", mas, sobretudo, mais "inseguros" quanto ao futuro e com "menos ilusões e menos interessados na política".

O sociólogo desdramatiza também a emigração e considera que a crise revelou que os portugueses "tiveram mais juízo do que se pensava e se portaram melhor do que as elites", as quais se "têm portado muitíssimo mal".

"Com elites decentes não teríamos a corrupção que temos, não teríamos a justiça que temos", uma justiça "miserável, em todos os estudos de opinião é o pior sector". "Nunca se viu na Europa uma coisa destas", concluiu.