A SAÍDA DE VITOR GASPAR
Os comentadores televisivos apressam-se a interpretar a demissão do Ministro das Finanças. Como é habitual estão mais interessados em evidenciar uma qualquer originalidade ou cuscuvilhice do que descrever a situação com realismo. Lida a carta de demissão 4 vezes também eu tenho uma opinião.
Vitor Gaspar com aquele modo educado e polido bateu com a porta e chamou treaidores e pouco inteligentes aos que ficam. Eu compreendo-o nesta incapacidade de aturar gente burra. Não sei o suficiente de Finanças Públicas - aliás, como a esmagadora maioria dos comentadores televisivos - para poder apreciar cientificamente a sua obra. Mas era intuitivo que só o violento controlo das contas públicas permitiria evitar a bancarrota. Empiricamente fico com a ideia de que a primeira medida deveria ter sido a baixa instantanea da masa salarial da Função Pública em 15 % e dos cargos políticos em 20 %. De um dia para o outro, como na Irlanda. A malta estrebuchava, mas ao fim de oito dias continuava-se a viver e a economia privada acabava por nivelar por essa nova realidade. Os desequilíbrios da macro-economia portuguesa resultam do excesso de recursos que o sector público consome e que obriga o sector privado a suportar na medida inversamente proporcional. Daí que um ajustamento só poderia ser efectuado na redução desse excesso do sector público. Mas deixando o sector privado em sossego. Porém, Gaspar andou a aumentar ainda mais os impostos a quem na economia privada sustenta o aparelho do Estado obrigado por gente burra e pouco inteligente em nome de um falso principio constitucional de igualdade.
Compensava este pecado original com uma rigidez exemplar nos gastos. Ao menos isso: já que não reduziu a despesa estrutural, ao menos não permitiu a habitual rebaldaria dos deslizes orçamentais. E neste País a fingir controlar os deslizes da despesa já é tremendamente importante. Mas é uma medida que só é eficaz enquanto for garantida por alguém teso.
Gaspar vai-se embora com a economia privada de rastos. E não corrigiu a estrutura errada dos gastos públicos nem a desproporção deste sector na economia real. E só o sector privado da economia pode salvar Portugal, pois que só este sector produz riqueza. Por muitas patacoadas que aqueles que vivem pendurados no sector publico à custa da economia privada venham dizer em contrário.
Gaspar bateu com a porta. Eu fiquei ainda mais pessimista. Gaspar evitou durante 2 anos a bancarrota. Ponto Final. O País ainda não foi desta que foi reformado.
1 Comments:
Pois . . . Fiquei sem saber qual é o mais arrogante ?
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