terça-feira, julho 30, 2013

A CULPA PELA BANCARROTA

O sociólogo António Barreto acusa todos os partidos e responsáveis políticos que estiveram no poder ao longo dos últimos anos que terem "deixado Portugal debaixo de uma ameaça terrível de bancarrota". "Todos os partidos sempre quiseram aumentar os benefícios e as benesses e os contratos a pagar daqui a dez, 20, 30, 40 anos", diz António Barreto em entrevista à Antena 1, considerando um "escândalo nacional" as PPP (Parcerias Público-Privadas) e os swaps (Contratos de Gestão de Risco Financeiro). "As operações deste género que vieram hipotecar um país inteiro por muitos e muitos anos", acrescenta. Segundo António Barreto, "os dirigentes políticos que os fizeram" obtiveram "vantagens para si próprios nalguns casos, para seus partidos noutros casos, para os seus governos noutros casos ainda" e permitiu-lhes "arranjar emprego para outras pessoas para depois ganharem os votos" e "concursos para empresas e grupos económicos para poderem repartir um bolo melhor com pagamentos a longo prazo". "Toda esta operação, de repente, verificou-se que tinha deixado Portugal debaixo de uma ameaça terrível de banca rota", remata. "Todos devem ser responsabilizados" Para António Barreto, todos os políticos e gestores de empresas públicas que lesaram o Estado "devem ser responsabilizados politicamente e judicialmente só aqueles que cometeram verdadeiras ilegalidades". "Quando agora se descobre que vamos ter de pagar hospitais e autoestradas durante mais 30 ou 40 anos e que o preço final é várias vezes superior ao que seria com outros procedimentos, não vejo onde haja crime nisto", disse, para logo acrescentar: "O que acho é que essas pessoas, esses partidos, essas instituições, com nome, deveriam ser tornadas públicas: quem é que fez o quê e quem é que assinou o quê, não para meter na cadeia, mas para os impedir de voltar a fazer política, para os impedir de voltar a ter acesso às decisões".