MIRA EL RODABALLO SOCIALISTA
Em 2007 reinava a forma mais esclarecida e iluminada de socialismo que já tivemos a fortuna e o ensejo de viver em Portugal. E era lançado mais um projecto grandioso votado ao êxito e à prosperidade dos Povos.
Repare-se como o jornalista transmitiu a fórmula completa do êxito. Desde logo, o Governo Socialista é que tem a iniciativa de fazer a obra e não os empresários. É o Governo Socialista que ganhou a corrida a outros governos, o da Grécia e o de Marrocos, esses estúpidos e patéticos governos que nunca se deveriam ter metido com a competencia e a inteligencia superior do Governo Português Socialista.
Nem faltou a preocupação ambiental verbalizada por um sindicato, essa estranha organização com chefias tendencialmente vitalícias, que serve para tudo, até para exigir a demissão dos governos que ganham eleições. E, assim, o Camarada Piló pronunciou-se "receando que a unidade prejudique os recursos pesqueiros, através da poluição provocada pela alimentação artificial. " É sempre de bom tom esta preocupação ambiental e ecológica a garantir a qualidade de vida das gerações vindouras.
Obviamente que foi secundarizado o crime ambiental da desafectação de 200 hectares da "àrea florestal da zona Sul da Praia de Mira". Basta olhar para a fotografia, para se perceber a fragilidade daquela àrea, mesmo encostada à praia e ao mar. Desconfio que aquela zona até possa ser de protecção especial do sistema dunar, reserva ecológica, etc., mas isso nem interessa muito, pois que o importante é que os peixinhos no mar não viessem a comer os restos das rações. Diz o Piló.
O projecto é volumoso como convém. É aos milhões e aos hectares para produzir toneladas. Mais propriamente no valor de 200 milhões de euros, sendo que 40 milhões são sacados à europa através dos Ministérios Portugueses e mais 5 milhões de "créditos fiscais", muito provavelmente isenções temporárias de contribuições para a Segurança Social. Assim se dá prova da alta engenharia financeira socialista e da sagacidade desta gente para criar riqueza.
Viemos agora a saber que foi a CGD, o nosso banquinho de estimação, aquele que se abastece dos nossos impostos cada vez que dá prejuízo, quem entrou com a massa toda. "Grande parte da dívida da multinacional galega (...), que ascende a 120 milhões de euros, resulta de financiamentos concedidos em Espanha pelo Banco Caixa Geral."
Ou seja, o investimento nunca foi completado, nunca chegou aos tais 200 milhões. Mas a parte portuguesa somou 120 milhões de investimento bancário, mais 40 milhões de fundos, mais 5 milhões de isenções fiscais, num total de 165 milhões. Desconfio que os galegos não entraram nem com um centimo.
Ora, o "lay off" em termos de vencimento significa "uma redução do salário em dois terços (...) A empresa deixa de suportar o pagamento da totalidade do salário, passando a ser responsável apenas por 30% desse valor. Os restantes 70% passam a ser assegurados pela Segurança Social (S.S.). Todos os meses, a S.S. entrega a sua contribuição à empresa, que depois paga a totalidade ao trabalhador".
Ou seja, a nossa SS está a pagar 70% do vencimento de trabalhadores e os outros 30% são pagos pela CGD. E como são os contribuintes portugueses que estão a suportar os prejuízos da SS e da CGD, aquilo acaba por ser tudo nosso, bem vistas as coisas. Assim, parece que podemos ir lá buscar uns peixitos antes que os chineses cortem a electricidade por falta de pagamento.
Mandem-me um linguado, uma solha, um pregado ou um rodovalho. Que eu mando o socialismo do Sócrates e do PS pró c@r@lho.
(Olha, sem querer fiz um verso pragmático. Mas é exactamente isto que me vai na alma. Nem vou emendar, fica mesmo assim.)
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