MARLON CORREIA - NADA PÁRA AS BEBEDEIRAS ESTUDANTIS

Se Marlon Correia tivesse morrido, não na sequência de um assalto, mas sim numa fuga à polícia os seus colegas estariam muito provavelmente hoje de luto e vivendo uma forte indignação. Assim foi apenas um azar e a festa com muita cerveja vai prosseguir.

Está na moda falar-se na geração mais bem preparada de sempre do Povo Português, na referência aos jovens que passaram pelas universidades. Pelo meu lado, nunca embarquei nesta unanimidade. Os jovens que me aparecem para fazer estágio ou para tentar emprego são incultos. Não sabem coisas básicas como a área de um rectângulo. Não sabem tabuada. Não sabem escrever sem erros. Não percebem o funcionamento dos impostos nem da economia. Só sabem de telemóveis.  Não sabem expôr uma ideia com premissas e conclusão. Só sabem de tarifários.  E, depois, não creio que o País se desenvolva à custa de licenciaturas em Animação Cultural. Por outro lado,  do ponto de vista da moral desta geração ou da ética individual, temos este escandaloso caso da Federação Académica do Porto manter as festividades programadas sem excepção, como se o Marlon, estudante, não tivesse morrido assassinado por assaltantes que tentavam roubar o dinheiro dos bilhetes das festividades.

Entretanto enviei à FAP  o seguinte e-mail:

geral@fap.pt

Caros Estudantes,

Como contribuinte e pai de 3 estudantes sinto-me escandalizado pela forma como essa Federação reagiu à morte do Marlon. Não é agora, tarde e más horas, que conseguirão disfarçar a indiferença que desde o primeiro momento manifestaram. Desejo que as bebedeiras corram bem, sem interrupções ou perturbações.

Vocês não percebem que os olhos do país estão todos virados para aí ?

Atentamente

H. Carneiro

PS: Ao menos poderiam ir embebedar-se no Funeral. Juntavam o úitl ao agradável.