A BANDEIRA DA REPUBLICA TUGA
Várias vezes tenho sido acusado de falta de patriotismo devido ao desprezo estético que dedico à bandeira da república portuguesa. Mas para aqueles que só sabem o que a Fátima Campos Ferreira lhes explica, recordo que em 1910 se estabeleceu uma grande discussão nos meios intelectuais republicanos sobre a escolha da bandeira nacional. A opinião que ganhou não logrou vencer pela persuasão dos argumentos, mas apenas porque era a facção maçónica que tinha mais pistolas e granadas, ou seja a Carbonária que já tinha sido a responsável pelo regicídio. Uma espécie de FP25 da época. Deste modo, a bandeira nacional foi escolhida com este método elevado e democrático. Foi imposta na ponta da baioneta.
Intelectuais como Fernando Pessoa, na época, tratavam assim a bandeira : "contrário à heráldica e à estética, porque duas cores se justapõem sem intervenção de um metal e porque é a mais feia coisa que se pode inventar em cor. Está ali contudo a alma do republicanismo português – o encarnado do sangue que derramaram e fizeram derramar, o verde da erva de que, por direito mental, devem alimentar-se”.
Não estranha por isso que cavalgaduras intelectuais como Scolari tenham desenvolvido fixação simbólica por trapo tão garrido. Como sabemos tal comportamento é habitualmente desenvolvido pelos bovídios em arena.
Com esta explicação sumária pretendo evidenciar que ao criticar a actual bandeira estou a exercer o direito constitucional da liberdade de opinião que curiosamente os democratas do costume não gostam de ver "tão" exercida. No fundo, no fundo, para a esquerda republicana, a liberdade de expressão é um conceito sagrado. Mas para as opiniões deles. Não é para outros poderem dizer em voz alta aquilo que os incomoda.
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