terça-feira, junho 05, 2012

A SELECÇÃO DE TODOS OS OUTROS

Quando era criança foi-me negado o direito de me identificar com a Selecção Nacional. Tu nem és do Benfica -  remetiam-me assim para a minha efectiva qualidade de português de segunda. Em França sofri. Com os golos de Jordão e com a amargura de ter sido roubado pelo execrável Platini. E percebi que estas coisas de passar às finais tinha a ver com outras bolas.  Nunca gostei de franceses desde o tempo da Madame Dominique, essa grande vaca que se dizia Professora de Francês e que me tratava por Msr. Mouton só para me humilhar na sala de aula. E desde o Platini ainda menos. Logo a seguir veio  Saltillo e percebi que aqueles jogadores estavam interessados em tudo menos em assumir um presumido patriotismo.  No Oriente voltei a desgostar e a sentir-me afastado da  Selecção. Fosse pela miserável campanha jornalística, encabeçada pela SIC, contra o Seleccionador Oliveira que, por não ser benfiquista, foi atacado desde o primeiro dia, até à agressão escandalosa a um árbitro a soco e à nojenta campanha de desculpabilização do mais vergonhoso acto cometido em representação de um País. Depois veio a cavalgadura. A grande besta.  Bastou-lhe ter  zurrado na direcção do FCPorto para ter merecido a unanimidade dos favores da Comunicação Social. Foi deprimente durante anos ver tanto Jornalista supostamente inteligente a justificar os erros e a falta de mero bom senso do azeiteiro cujo conhecimento dos  fundamentos do jogo  não passava do nível rudimentar, conforme se veio a comprovar na carreira internacional que por breves e incompletos campeonatos  ensaiou à custa de uns milionários novo-ricos induzidos claramente em erro. Em 2004 a Selecção Nacional deveria ter a base  na equipa  de Mourinho que fora campeã europeia naquele ano, da mesma forma que nos anos 60 assentava na equipa do Benfica. Mas os acordos paralelos que a cavalgadura mantinha com interesses privados levou-o a desafiar a lógica e a meter a jogar quem precisava de angariar  um último contrato ou  promover os jogadores do Benfica, Clube que iria treinar após o europeu  nos termos do contrato promessa que veio a ser publicamente rescindido quando transpirou para a comunicação social. Entrou-se a perder com Grécia. Com total falta de vergonha, a cavalgadura meteu a jogar, só então, a equipa de Mourinho. A mesma que dois dias antes  com o acordo da unanime comunicação social ficara no banco ou nem fora convocada. E os rapazes de Mourinho lá foram   desenrascando o suficiente desde que a cavalgadura não zurrasse  e não tentasse explicar como se jogava. Aliás, anos mais tarde no Chelsea, a cavalgadura passou pela vergonha suprema de tentar ensinar a Drogba como este se deveria desmarcar e o Didier a explicar em voz alta que era exactamente ao contrário. Mas por cá bastava que a cavalgadura zurrasse contra  o FCPorto para que os jornalistas desportivos o aplaudissem de pé chegando ao ponto de o desculpabilizar quando  em representação ed Portugal agrediu a soco um jogador adversário. O melhor guarda-redes da época não foi posto a jogar e optou-se por um outro que ficou famoso por ter defendido um penalty sem luvas e por ter marcado um outro com o pé, como se não houvesse jogador de campo para tal tarefa.. Aliás, esse moço, voluntarioso sem dúvida, findo o Europeu de 2004 andou a  a arrastar a  carreira  e os respectivos glúteos pelo banco de equipas secundárias espanholas e nacionais, o que comprova a extraordinária situação de um guarda-redes só ter sido bom quando jogava na baliza de uma Selecção Nacional. Por estas razões todas celebrei o golo da Grécia, o segundo, aquele frango monumental do tal guarda-redes que era melhor que o outro que ficou de fora.  O destino costuma ser cruel e não  consentiu que a cavalgadura tivesse sido campeã europeia. Ademais, o desfile triunfal transmitido em directo pelas televisões numa  antecipação certa  e segura da vitória na Final só podia ter conduzido a tal resultado. O ovo já  tinha fugido do oviduto da galinha. Logo após fiquei agoniado com a condecoração de Sampaio ao segundo lugar, ao mesmo tempo que a negava à equipa campeã europeia desse ano. Abominei a parolada  das bandeirinhas às janelas. Essa bandeirinha em cores berrantes, com uma estética   e uma simbologia própria de um país do terceiro mundo e em relação à qual o próprio Fernando Pessoa considerava ser o  vermelho o sangue inocente  derramado pela  republica e o verde a relva de que se alimentavam as cavalgaduras jacobinas que a impuseram ao Povo. Actualmente, temos um grupo de jogadores cuja principal qualidade futebolística é ter sido treinado por Paulo Bento. E, assim, qualquer ex-jogador do Sporting, mesmo que na última época tenha sido suplente  num clube secundário espanhol, já serve para a Selecção. O critério prático acaba por ser o Sporting - que não tem culpa  -, porque Paulo Bento não consegue lidar com jogadores mais temperamentais. Logo se verá a  falta que Ricardo Carvalho faz naquele defesa, apenas porque Paulo Bento não soube gerir uma inflamação de egos. E, depois, irrita-me a risca ao lado do Cristiano, o pescoço empertigadinho do João Pereira, o sotaque transmontano do Pepe, as cambalhotas do Nani,  a atraso do Postiga ao golo,  o parolismo das cores do autocarro, o bombardeio noticioso com as não-notícias da Selecção, do avião a levantar, a voar e a aterrar,  do campo de treinos vazio porque hoje de manhã não há, do traque que o defesa deu e da bufa que o médio largou. Cansa. E cansa  mais uma  vez  ver as put@s das bandeirinhas. As insuportáveis bandeirinhas fabricadas na China e o Vietname.  E agonia-me associar a Selecção aos Estádios que o Alto Refugiado mandou fazer a esmo para impulsionar a economia nacional com dinheiro emprestado que os meus filhos vão ter que pagar nos próximos 50 anos. Irrita-me a camisola para o  Cavaco e os votos de boa sorte através daquela boca sempre cheia de bolo rei. Incomoda-me o vedetismo parolo dos jogadores.  Enjoa o  marialva alargar de perna para mostrar que  os respectivos  são a única coisa desproporcionada  em  corpos tão perfeitos. Indigna-me o valor dos prémios de jogo. E fico estarrecido com a pouca-vergonha do preço do Hotel. Os labregos dos tugas que não têm dinheiro para mandar cantar um ceguinho acomodam-se no Hotel mais caro que encontraram.  Mais caro do que o Hotel daqueles que estão a emprestar dinheiro para evitar a falência imediata do país. E para finalizar, à laia de grand final, tiraram-me um c à Seleção. Como dizia Jacinto Galeão na Cidade e as Serras, Irra é demais!
E nem quero tocar no tema Madail, para não ter que vomitar aqui em directo.
No próximo jogo eu apoio a Alemanha.
Não gosto de xungas, que querem ?

2 Comments:

Anonymous Gabriel said...

Espero que não se importe que lhe roube este excelente texto, com a devida referência.

P.S.: a vantagem de ter deixado a "zona de conforto", há já 2 anos, é que não tenho de ouvir destas parolices da seleção...

Cumprimentos,

00:31  
Anonymous Anónimo said...

Muito bem, campeão.
Acho interessante como a grande maioria de comentadores, jornalistas e afins evita dizer a verdade,
Estão à espera da vergonhosa representação para depois baterem no ceguinho.
Uma vergonha esta apaneilrada seleção, deles, claro
El Monti

22:00  

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