JUSTIÇA SEJA FEITA

Vou votar naturalmente contra. E adianto, sem temor, que não acredito nas sondagens que , digo eu, apenas pretendem condicionar o debate político imediato e manipular as cotações da Bolsa, em especial as das empresas de obras públicas que dependem da concretização de certo programa eleitoral.
Sócrates vai ficar na história por muitas e bizarras razões. Do Inglês Técnico, ao Magalhães pejado de erros e repleto de jogos de cartas, incluindo póker a dinheiro. Do facilitismo escolar ao grotesco da sua "licenciatura". Do agravamento dramático da Dívida Pública à promiscuidade dos quadros do partido com os grandes grupos financeiros e de obras públicas. Do neo-liberalismo alarve ao neo-socialismo infantil e ingénuo. Da ruína da agricultura e das pescas ao maior desemprego de sempre. Da maior carga fiscal de sempre à menor eficácia da economia de sempre. Da mais descarada intervenção das maçonarias no sistema de Justiça à impunidade criminal dos quadros do partido. Das mais enganosas promessas eleitorais à maior falta de escrúpulos na relação com a verdade. Das ideias tecnológicas mais vanguardistas e irrealistas à respectiva concretização mais desorganizada, amadora e economicamente ineficiente. Dos megalómanos projectos de obras públicas, aos megalómanos projectos de obras públicas. Dos mais arrojados projectos de economia centralizada à maior quantidade de lançamentos da primeira pedra. Dos mais grotescos discursos em língua inglesa, aos mais grotescos discursos em língua castelhana. Da maior cumplicidade pessoal com as ditaduras mais repugnantes à total falta de escrúpulos diplomáticos. Da maior hostilização de sempre de grupos profissionais à paralização das reformas por desmotivação daqueles profissionais. Enfim, a lista é infindável. Este Primeiro Ministro vai deixar o País como Vale e Azevedo deixou o Benfica.

Mas numa coisa lhe reconheço mérito: na coragem política de levar em frente a lei do tabaco. Se bem que logo a seguir tivesse sido apanhado a fumar num avião. Como não poderia deixar de ser. Porque há gajos que nasceram com a sina de conseguir, sempre, cagar a pintura.