O MEU VENCEDOR

A esta hora estou a fazer tempo para ir ver o contra-relógio na RTP. Não sei quem será o vencedor, nem tenho pachorra para ver as parvoíces e as pimbalhadas do Baião até às 4 da tarde. Aliás, é lamentável que o Ciclismo tenha que ser sempre misturado com o que de mais rasteiro e ranhoso existe em termos televisivos. Querem fazer publicidade às Terras que recebem a Volta ? Então façam documentários com antecedência sobre o Turismo, os locais de interesse, a Cultura e tudo o que essa Terra possa oferecer a eventuais visitantes. Agora a habitual cena à torreira do sol na beira da piscina municipal com a música da garagem da vizinha, já não há cú que aguente. Seria bom que os organizadores percebessem que as paneleirices apimbalhadas do Baião só servem para degradar a imagem do Ciclismo. O Ciclismo é uma modalidade popular, mas não é a modalidade da gentinha rasca e bronca.

Mas em termos competitivos, reparei no Cabreira. Este Homem não está a lutar apenas por um resultado desportivo. Está a lutar pela sua Dignidade de Homem. Já me comoveu duas ou três vezes a forma magoada como está, apesar de tudo, a reagir com toda a força e firmeza do seu carácter.

Parabéns, João Cabreira. Para mim, foste tu o vencedor da Volta deste ano.

(Outra coisa: aquele carro - Comissário 1 - que se vê na foto é conduzido pelo Bernardo. E a fotografia é do meu conterrâneo João Fonseca. Nesta etapa vi-os passar em Bilhó, mas a velocidade era tanta que eles iam concentrados nas curvas)