MANCHA NO PENALTY
Tende a eternizar-se a discussão sobre a intencionalidade do defesa quando se atira de mergulho para a frente da bola para fazer um obstáculo entre o remate do avançado e a sua baliza e a bola acaba por lhe bater em zona proibida. Existe ou não intencionalidade nesse corte com o braço que justifique a marcação de uma grande penalidade? Porque é a intencionalidade que define a falta.
No Direito Criminal - que é uma das Ciências onde se estuda mais a intenção, pois que todo o criminoso reclama sempre que foi sem querer - estabelecem-se as seguintes diferenças na intenção:
1. Eu quero matar, por exemplo, o UPS que está sentado dentro do carro dele. Chego à janela do carro e deflagro um tiro mortal a ele dirigido. Num exemplo destes, existe intenção directa. Não vale a pena dizer que foi sem querer. É o que se passa quando um defesa estica o braço e muda a direcção da bola.
2. Noutro exemplo, eu quero queimar o carro do UPS. Levo o jerricane e a caixa de fósforos. Quando lá chego vejo que ele está a dormir no banco de trás. E pego fogo ao carro. Sei que o UPS vai morrer, mas mesmo assim não desisti do meu desígnio ou intenção de queimar o carro. Mas cometo na mesma um homicídio, apesar de não ser essa a minha intenção incial. Numa situação destas a intenção de homicídio chama-se necessária, pois sabia que pegando fogo ao carro necessariamente o UPS iria morrer esturricado.
3. Ultimo exemplo, eu quero queimar o carro do UPS, mas vou fazer o serviço de noite. Quando lá chego sinto ruído dentro do carro e fico na dúvida se é ele que lá está a ressonar ou se é um dos cães dele. Mas mesmo assumindo que seja ele que lá esteja a dormir, eu pego fogo ao carro. E, mais tarde, descobre-se que era mesmo ele que lá estava e que veio a falecer. Nesta situação, diz-se que a intenção no homicídio é eventual. Ou seja, eu não tinha inicialmente essa intenção, mas configurei que ele lá pudesse estar apesar de não ter a certeza. E aceitei a eventualidade de ser ele e, mesmo assim, avancei para o crime de fogo posto. Também nesta situação a punição do homicídio se faz pelo dolo ou intenção, não interessando vir com histórias de que "foi sem querer". Chama-se dolo eventual. E é punido como o dolo directo e o dolo necessário.É tudo intenção de matar. Ponto final.
4. E o que é que este esboço da teoria do crime (escrito em linguagem corrente) tem a ver com os penalties do futebol? É que o defesa quando se atira de mergulho para a frente do avançado para fazer a mancha ao remate, dando o corpo à bola, esse defesa não tem a intenção directa de desviar a bola com os braços. Mas sabe que corre o risco de a bola lhe bater nos braços. Ele sabe que incorre nessa eventualidade, sabe que isso pode acontecer, sabe que desviar a bola com os braços é falta e sabe que tem maior vantagem em se atirar dessa maneira - porque a mancha é maior - do que se apenas esticar a perna para tentar interceptar a bola com o pé.
5. Por isso, meus amigos, qualquer situação em que o defesa se atire de mergulho para a frente da bola para proteger a baliza e desviar a bola com os braços, será sempre penalty. Porque esse defesa, no fundo, tinha intenção de jogar a bola com os braços. Não era uma intenção directa. Era apenas eventual. Mas era intenção. Ele nunca pode dizer que foi sem querer.
Isto aplica-se a todas as equipas, obviamente. E é um exemplo onde a Teoria do Direito Criminal poderia ajudar a esclarecer uma situação que se vai repetindo e que vai sendo decidida de forma contraditória ao ritmo da apetência da cada árbitro.
Se o defesa está de pé, é outra história. Aí o problema é outro. Agora se ele se atira a fazer a mancha e toca a bola com os braços é penalty e ponto final.
Nota: Quem não conhece, pode ficar descansado que o UPS percebeu que para exemplos destes só determinadas pessoas têm estatuto para servirem de vítima.
No Direito Criminal - que é uma das Ciências onde se estuda mais a intenção, pois que todo o criminoso reclama sempre que foi sem querer - estabelecem-se as seguintes diferenças na intenção:
1. Eu quero matar, por exemplo, o UPS que está sentado dentro do carro dele. Chego à janela do carro e deflagro um tiro mortal a ele dirigido. Num exemplo destes, existe intenção directa. Não vale a pena dizer que foi sem querer. É o que se passa quando um defesa estica o braço e muda a direcção da bola.
2. Noutro exemplo, eu quero queimar o carro do UPS. Levo o jerricane e a caixa de fósforos. Quando lá chego vejo que ele está a dormir no banco de trás. E pego fogo ao carro. Sei que o UPS vai morrer, mas mesmo assim não desisti do meu desígnio ou intenção de queimar o carro. Mas cometo na mesma um homicídio, apesar de não ser essa a minha intenção incial. Numa situação destas a intenção de homicídio chama-se necessária, pois sabia que pegando fogo ao carro necessariamente o UPS iria morrer esturricado.
3. Ultimo exemplo, eu quero queimar o carro do UPS, mas vou fazer o serviço de noite. Quando lá chego sinto ruído dentro do carro e fico na dúvida se é ele que lá está a ressonar ou se é um dos cães dele. Mas mesmo assumindo que seja ele que lá esteja a dormir, eu pego fogo ao carro. E, mais tarde, descobre-se que era mesmo ele que lá estava e que veio a falecer. Nesta situação, diz-se que a intenção no homicídio é eventual. Ou seja, eu não tinha inicialmente essa intenção, mas configurei que ele lá pudesse estar apesar de não ter a certeza. E aceitei a eventualidade de ser ele e, mesmo assim, avancei para o crime de fogo posto. Também nesta situação a punição do homicídio se faz pelo dolo ou intenção, não interessando vir com histórias de que "foi sem querer". Chama-se dolo eventual. E é punido como o dolo directo e o dolo necessário.É tudo intenção de matar. Ponto final.
4. E o que é que este esboço da teoria do crime (escrito em linguagem corrente) tem a ver com os penalties do futebol? É que o defesa quando se atira de mergulho para a frente do avançado para fazer a mancha ao remate, dando o corpo à bola, esse defesa não tem a intenção directa de desviar a bola com os braços. Mas sabe que corre o risco de a bola lhe bater nos braços. Ele sabe que incorre nessa eventualidade, sabe que isso pode acontecer, sabe que desviar a bola com os braços é falta e sabe que tem maior vantagem em se atirar dessa maneira - porque a mancha é maior - do que se apenas esticar a perna para tentar interceptar a bola com o pé.
5. Por isso, meus amigos, qualquer situação em que o defesa se atire de mergulho para a frente da bola para proteger a baliza e desviar a bola com os braços, será sempre penalty. Porque esse defesa, no fundo, tinha intenção de jogar a bola com os braços. Não era uma intenção directa. Era apenas eventual. Mas era intenção. Ele nunca pode dizer que foi sem querer.
Isto aplica-se a todas as equipas, obviamente. E é um exemplo onde a Teoria do Direito Criminal poderia ajudar a esclarecer uma situação que se vai repetindo e que vai sendo decidida de forma contraditória ao ritmo da apetência da cada árbitro.
Se o defesa está de pé, é outra história. Aí o problema é outro. Agora se ele se atira a fazer a mancha e toca a bola com os braços é penalty e ponto final.
Nota: Quem não conhece, pode ficar descansado que o UPS percebeu que para exemplos destes só determinadas pessoas têm estatuto para servirem de vítima.
11 Comments:
" Uma grande penalidade e duas expulsões de jogadores do Nacional no minuto 64, garantiram, ontem, no Estádio do Dragão, a vitória número 150 de Jesualdo Ferreira no campeonato. O lance decisivo na partida, que motivou muitos protestos dos madeirenses, é mais um que promete levantar polémica..." (in/Público de amanhã)....
Eu não dei por nada:tinha adormecido no banco de trás e já ressonava...Valeu-me o Boca Grande,mais uma vez.Só sobraram alguns ossitos:desta vez matou três cabras e uma ovelha!Estou lixado com o cão!
A minha segurança pessoal sai-me cara.Só por ser benfiquita.
"Não precisa expilcá,eu só queria entendê"..
Há ainda o Direito Natural que explica,sucintamente, que basta ser a favor do Puerto/Carago,para logo valer.Eeheheheh!!!
É por isso que o eu que quero é gajas e bicicletas...E penaltis, intencionalmente, falhados,para não explorar os erros infantis dos débeis adversários Afonsinos.
Nós(eles ) ,os Mouros, somos gente de bem,só se aceitam penaltis forjados,de mergulho.Mesmo que polémicos.qual o problema?É futebol!!!!
O"papa" não dorme...Andam nervosos:)))
ups!
Pensando melhor:estou convencido!
Até tu tens a certeza de não ter sido penalti.
ups!
...."Se o Futebol é um espectáculo desportivo. Se ir ao Futebol custa os olhos da cara, Se o Futebol, assim, é um NEGOCIO. Se no Futebol a paixão passa a cegueira. Se o Futebol não é dos jogadores e do publico, mas sim das direcções, claques, das televisões, rádios, jornais, da LIGA e das Federações, é da "Sagres" e da "Vitalis". Se no final do jogo, todos "ganham". Então que faço eu no Futebol? DESISTO de ver, ouvir, ler futebol português! DESISTO do meu "Clube" Administrado e Vendido à SAD.. Porém continuarei a JOGAR .Porque não boicotar todo o sistema? Ou estás dentro ou estás fora, para resolver isto não há MEIO TERMO, não há CORES nem CLUBISMOS, não há PASSADO nem TRADIÇÃO, não há PROCESSOS nem APITOS, não há SALAZAR nem FRUTA, basta simplesmente haver um bocado de coragem; PARA A PRÓXIMA SEMANA SERÁ IGUAL, PARA O PRÓXIMO MÊS SERÁ IGUAL, E PARA O ANO SERÁ MAIS DO MESMO. Afinal este ano começou igual, cada um a puxar a sua "sardinha"... POR TUDO ISTO EU DESISTO. Que Diferença Faz?..."
Ps: juro,solenemente,que jamais irei assitir a um jogo de futebol em qualquer estádio.
Juro,solenemente,que jamais verei um jogo nas Tvs/portuguesas que esmagam a galinha dos ovos de ouro.
Juro,solenemente, que jamais queimarei uma pestana a ler uma frase completa de qualquer analista ou comentador desportivo.....
excepto o que o Oxiclista tiver para dizer nesta matéria,tal como de gajas e de bicicletas.
Ah,e touradas também!
UPS!
eu escrevi o post muito antes do jogo do Porto-Nacional. Foi ao final da tarde.
Mas tinha presente a situação em Alvalade que, á luz do que defendo, é penalty.
Mas isto vai repetir-se semana após semana, pois não há um critério que unifique.
Se o meu critério fosse aplicado, os defesas deixavam de se atirar de mergulho para dar o corpo á bola fazendo mancha aos remates.
Mas também te digo que no Dragão aquilo foi penalty não apenas porque o defesa se atirou a fazer a mancha e assumiu a eventualidade, mas porque se nota perfeitamente o movimento de desviar a bola com o braço.
O alarido da comunicação social só surgiu para que se deixasse de falar do penalty e das duas expulsões a favor do benfica. As quais, aliás, foram normais. (talvez a ultima um pouco forçada porque foi o nandrolona que levou a patada do cotonete e, por isso, era ele a vítima e não o agressor.
Quanto ao mais, tudo normal: desde que o benfica tenha dois jogos na mesma semana, borram-se todos no segundo jogo. Tanto que o Saviola nem conseguiu chegar á área para se atirar para o chão - naquilo que é a sua grande jogada habitual. Por isso é que convém que o Benfica vá à liga Europa e por lá ande até á final.
Deixa estar que a p´roxima vez que formos á bola, vamos juntos. Ver o belenenses-marítimo ou outra coisa assim. Pode ser que lá haja gajas que, para a nossa idade, já vão de bengala...
Já percebi:não foi mesmo penalti,foi penalty...eheheheh.Pimba!SLB,SLB,SLB!
ps. gajas de bengala?Troco por dois de Belém...com canela(muita canela).
enganei-me, pá. Não era bengala, era benguela...
Mas onde está a dúvida que falta imparcialidade no nosso futebol? Portanto, aplicar o direito criminal ao futebol, é pura ficção!!!
Tanbém me enganei:eram duas de Sintra...
ups!
O nandrolona conheço, claro. Agora o cotonete... (?)
o cotonete é aquele moço com nome de coirão que usa o cabelo alourado nas pontas como as gajas de má catadura...(hein? catadura não é para todos... até corro o risco de no alentejo pensarem que é algum papagaio...)
Para não ser mais do mesmo,este ano vai ser assim:quem disser bem ou ,mesmo, mal do Benfica leva logo com um "Arfanho"...se tu concordares,claro!
Ups!
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