A VERGONHA DO COSTUME

"(...) E ao minuto 25 do jogo, quando chegou um grupo de cerca de 50 adeptos identificados com símbolos da claque No Name Boys, gerou-se um tumulto: petardos, pedras em todas as direcções e pânico, com muitos adeptos a refugiarem-se no relvado (...)."

Nota 1. Enquanto não forem eliminados os grupos organizados de marginais - usem eles a côr que fôr -, eu não volto ao futebol.

Nota 2. Se tivesse sido com a claque que se sabe, já estava o país jornalístico aos gritos a exigir a nomeação de um procurador especial, a pena de morte e o degredo para o Tarrafal. Como são os do costume, até Rui Costa veio dizer que "a culpa é do Sporting..." sem nunca se ter referido à sua claque que, como se sabe, não existe nem é apoiada pelo respectivo clube, nem faz falta para a reeleição.

Em tempo: As imagens mostradas pelas televisões dão conta de um grupo de No Name a aproximar-se do campo com alguns dos seus elementos a atirar pedras, sendo que os sportinguistas estão em cima da bancada, voltando-se para trás e retribuindo as pedras que antes lhes foram atiradas. PORÉM, no início das imagens vislumbram-se por breves segundos dois adeptos com camisolas verdes e brancas a atirar pedras aos No Name que se aproximam. Estes adeptos não estão na bancada, mas por detrás delas, ao nível do chão e ao nível dos No Name que se aproximam. Das imagens que vi mais tarde e com mais atenção, estes dois adeptos são os primeiros a atirar pedras. Daí que seja consistente a versão dos benfiquistas no sentido de que foram eles os recebidos à pedrada e que só responderam à provocação. Porém, ficam por explicar os danos causados nos carros estacionados no percurco antes do início das hostilidades.

O mais grave, contudo, é o discurso dos dirigentes que, em caso algum, começou por condenar a violência, independentemente da questão das culpas e, nesta parte, quer Pedro Mil Homens, quer Rui Costa, foram de uma absoluta infelicidade.