POIS EU NÃO

Pois eu não subscrevo este tipo de provocações. É certo que a linguagem até nem é agressiva ou insultuosa. O "desculpem lá" até envolve alguma simpatia. Mas o conceito do cartaz, globalmente, toca na ferida aberta. Qualquer benfiquista percebe que ter perdido o Cebola no início da época foi um rude golpe no plantel. E viu ao longo da época a forma empenhada, voluntariosa, competente e eficaz com que o Cebola exibiu a camisola azul e branca. E isso, tudo junto, confronta os benfiquistas com a inépcia profunda de quem dirige a SAD. Que sejam os adeptos a lançar a provocação - que, insisto, não é insultuosa - é uma coisa. Agora que seja o jogador que, mal ou bem, foi funcionário do Benfica durante um ano, já não é de bom-gosto. Até porque este menino conseguiu sacar um valente ordenado mensal também à custa da rivalidade que agora tomou a iniciativa de espicaçar. Empresário habilidoso, hein ?
Confesso que não gosto que os jogadores se metam na rivalidade clubística. O jogador está ali para dar o litro e estar calado. Excepção, claro, para o estatuto de capitão de equipa a quem se reconhece, naturalmente, a competência para entrar nesse jogo de enfrentamento psicológico.
Atitudes ordinárias como a de Cristiano Ronaldo a esticar o dedo aos adeptos do Benfica no Estádio da Luz não são admissíveis - se bem que o golo que ele marcou no Dragão este ano já tenha feito com que os benfiquistas, surpreendentemente, o tivessem perdoado.
Hoje fala-se da contratação de Quaresma, aquele que na varanda do Dragão, e em completo despropósito, gritava "slb, filhos da puta, slb..." A ver vamos a medida do orgulho benfiquista.