quarta-feira, abril 29, 2009

PEDRO HOMEM DE MELLO

Não choreis nunca os mortos esquecidos
Na funda escuridão das sepulturas.
Deixai crescer, à solta, as ervas duras
Sobre os seus corpos vãos adormecidos.

E quando, à tarde, o Sol, entre brasidos,
Agonizar... guardai, longe, as doçuras
Das vossas orações, calmas e puras,
Para os que vivem, nudos e vencidos.

Lembrai-vos dos aflitos, dos cativos,
Da multidão sem fim dos que são vivos,
Dos tristes que não podem esquecer.

E, ao meditar, então, na paz da Morte,
Vereis, talvez, como é suave a sorte
Daqueles que deixaram de sofrer.

( Pedro Homem de Mello, in "Caravela ao Mar")

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Totalmente de acordo,mas esse investimento é o único que está assegurado a 100% a quem sofre de CONDIÇÃO HUMANA.
Entretanto,mesmo com tontarias,vamos tentando não perder a calma,já que a esperança parece estar a ser revista em baixa.
Vamos "encostar" uns aos outros:havemos de conseguir dar o salto em frente...Sei que há razões!....
Quando eu era muito miúdo,há mais de 50 anos,o meu primeiro treinador de futebol,quando estávamos a perder por oito a zero, gritava nos últimos minutos"aguentem-se que ainda podemos empatar".Perante risadas de todos,marcámos três golos em dois minutos.
No balneátio houve quem afirmásse"se o jogo tivesse mais cinco minutos,acabaríamos por ganhar"...Perdi,mas não saí vencido!
É tudo uma questão de tempo.
Aguentemo-nos que o "jogo" está para durar.
Haja Saúde!
jm

10:31  

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