CAVADOR DE FALTAS

Já deu para perceber que a grande qualidade futebolística do Reyes é a de 'cavar' penalties. Dentro da área, força ao contacto com os defesas, atira-se para o chão e ai do árbitro que não assinale grande penalidade, que a turba ulula possessa. Em cada jogo, ele faz pelo menos um número de circo destes. Devo salientar que critico igualmente o Hulk. Outro desprezível artista da simulação. E reconheço que o João Moutinho este ano está um pouco melhor do que o vergonhoso percurso da época passada.

Sou daqueles que valorizo a lealdade. Na vida e no desporto. Não temos que ser todos amigos. Não temos que estar todos de acordo. Por vezes até devemos discutir acesamente. Mas devemos manter um padrão mínimo de valores na convivência social: e esse padrão mínimo é a lealdade e a honestidade.

Reyes é um mero batoteiro. Que numa equipa pequena rapidamente seria censurado. Mas no local onde está aquilo é para lavar e durar. Lembro-me do João Vieira Pinto que só quando chegou ao Sporting é que se começaram a ouvir vozes sobre o respectivo método de 'cavar' faltas. Nos sete anos em que andou pelo maior clube do mundo o escândalo nunca foi assinalado pelo jornalismo luso.

É que a grande parte dos problemas da arbitragem passa pelo tratamento que os árbitros dão às faltas atacantes. Quando os árbitros de futebol fizerem estágios em basquetebol e andebol, talvez passem a interpretar melhor a dinâmica do contacto físico.

Em Espanha, os jornalistas desportivos criticam com rigor este tipo de jogadores. Por cá, são exaltados e apelidados de "experientes". Ou pior, são os próprios jornalistas que juram ter sido falta...