FRACA ou FRACA DA GUINÉ
Conheço uns gajos, que pensava que eram meus amigos, que depois de quase dez horas a pedalar me deram para jantar uns lombinhos do lado do corno do porco e uma sopa alentejana "de fraca". Eh pá, o que é a fraca ? É uma espécie de galinha. A fome era tanta que até fiz uma sandes com a moela da fraca.
Fiquei, desde então, intrigado. Até porque tenho grande atracção pela biologia animal e nunca tinha ouvido falar em fraca como galináceo. E também estranhei que eles, tão alarves, tivessem deixado a fraca quase toda na travessa. Tanto que até me calhou uma asa, uma perna, para lá da já referida moela. Pois bem, investiguei e conclui que a Fraca ou Fraca da Guiné não é mais do que a vulgar Galinha da Guiné, Numida Meleagris, tão abundante nos nossos jardins públicos e tão expostas a piolhagem e a outras doenças e pragas contagiosas. E com a falta de sexo com que muita gente vive, até aposto que algumas dessas galinhas de Guiné têm servido para satisfação de alguns mais apertados. Trata-se de uma ave ornamental, desaconselhada por isso para consumo humano, até porque não consta que existam aviários ou fracários que as produzam.
Ou seja - e este é o ponto que interessa - os tais gajos alentejanos que eu pensavam serem meus amigos deram-me a comer um passaroco ornamental apanhado no jardim público de Entradas onde os reformados o alimentam com cascas dos tremoços, beatas e e outras coisas cuspidas e onde os alentejanitos vão ensaiando, pela calada da noite, os rituais que os vão tornando homens. Agora é que percebi a história dos 3 minutos de karaté alentejano: é que a fraca não aguenta mais e larga aos gritos ao fim de 3 minutos...
A vingança será terrível: quando aparecerem por cá os tais gajos alentejanos que eu pensava serem meus amigos, já dei instruções ao Pereira para servir ao almoço estufado de pombo do Terreiro do Paço. Exactamente, desses pombos envenenados pela estupidez que escutam às janelas dos ministros de Socrates.
Eu sou muito ingénuo: Por isso é que existe aquela anedota alentejana em que o gajo gosta muito do pavão, que não pode passar sem o pavão, o pavão para aqui, o pavão para ali... Pois.... Mesmo quando o pavão grita desconfortado - uá-uá-uá - o alentejano mantem-se escondido atrás do leque, ninguém o vê, pensa-se que o pavão está a gritar só porque é feliz e não se acode ao pobre do animal.
3 Comments:
Acudam ao animali!!!!Acudam!!!
Aqueim?Aqueim,porra?
Ao alentijano,porra,neh!
Eli nã se desprega do pavoim( claro que o pabão é do fcp,estabas à espera dequei??).
VIVA A AÇORDA DE FRACA!!!!
UPS
Chegámos a ter uma fraca lá no galinheiro. Se as vires (vivas, claro), vais reparar que elas não cacarejam, mas emitem um som que pode parecer «sou fraca! Sou fraca! Sou fraca!»
:)
Xantipa amiga,
acho que na travessa ela só dizia ui,ui,ui, o que ilustra a má vida a que tinham sujeitado o pobre animal.
Mas lá em tua casa, certamente não a comeram...aquilo não é comida de gente.
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