VAMOS LÁ A VER....

...se não aparece o Cocas a sentir-se atingido e melindrado por este poste, achando que só foi editado para o provocar.

A única intenção desta Tasca é promover o ciclismo como actividade de lazer, potenciadora de saúde física e mental, para lá de proporcionar salutares convívios entre diferentes pessoas que se sentem ligadas pela bicicleta. Mais tarde ou mais cedo, acabamos no "petisco" à boa maneira portuguesa. Mas, mesmo assim, com contenção, pois o essencial é manter hábitos saudáveis de alimentação que nos habilitem a fazer cada vez mais kapas.

A blogosfera proporciona que cada um de nós saia da sua timidez e se apresente - a postar ou a comentar - a uma abstracta comunidade virtual que progressivamente se vai concretizando em pessoas com voz, com cara, com corpo, com bicicletas mais caras que a nossa. A blogosfera não pode ser um espaço fechado em si mesmo onde a anonimato dite leis e admita relacionamentos agrestes, agressivos e azedos, impossíveis de manter em contacto pessoal e directo. A blogosfera só pode ser um instrumento de comunicação que habilite - tão só habilite não tendo de obrigar - a convívios inter-pessoais baseados no interesse comum. Neste caso, a bicicleta ou os petiscos na Tasca do Pereira ou na Adega Velha de Mourão. Quem não goste de bicicletas, ou de petiscos ou não conceba que possa conviver pessoal e directamente com quem se cruza numa caixa de comentários está a ver mal " a coisa" e não tira o devido partido deste instrumento tão engraçado. E, pior ainda, estraga o prazer aos outros.

A forma de nos afirmarmos perante o mundo virtual é apresentarmos os nossos pensamentos, os nossos escritos, os nossos poemas, as nossas indignações, as nossas revoltas, as nossas realizações, as nossas anedotas, os nossos desenhos, as nossas fotografias. Somos nós que voluntariamente nos expomos a uma virtualidade de pessoas, nunca sabendo quem é que passa por cá para nos ver ou ler. Por isso, quando alguém se retira da blogosfera, ou retira uma obra sua, está a suicidar-se virtualmente. Quem não é visto, é como se não existisse. Por isso, aquela fulana da Merceana que há uns tempos veio para aqui descambar só conseguiu que a Merceana deixasse de ser visitada virtualmente. E para muitos a Merceana nunca existiu, pois deixou de ser vista. Mais, a Fulana nem percebeu que os meus postes sobre a Merceana eram uma homenagem que eu estava a fazer à terra dela. Pois que só editamos matérias das quais nos honramos e que achamos dignas da nossa vaidade, mesmo que afirmada em humor negro ou a contrario.

Tenho tentado que este blog seja vivido com boa disposição, irreverência e sentido de humor como o último reduto de manifestação da nossa inteligência castrada por um país colonizado por medíocres que nem de bicicleta sabem andar.

Mas todos nós temos dias. E, hoje, sinto-me muito afectado pelos recentes acontecimentos neste blog. Fazer o que está certo custa tremendamente mais do que embarcar no facilitismo da inércia. E a consciência da integridade nem sempre é suficiente para preencher o vazio da perda.