TORRE
13.08.2008. Terceiro dia na Serra, segunda chegada à Torre. Vindo directamente da Covilhã. Beneficiando do reconhecimento do caminho que fizera até às Penhas da Saúde 48 horas antes e da subida Nave-Torre feita na véspera. Esta segunda subida à Torre foi psicologicamente muito mais fácil. Do Largo da Câmara Municipal da Covilhã até à Torre são exactamente 21 Km, dos quais um apenas (Nave) é a descer. Fiz a média de 7 Km/hora e o batimento cardíaco ficou na média de 135 ppm, revelando duas coisas: a boa forma física em que eu estava e a correcta gestão do esforço que permitiu chegar ao cimo da Torre em conforto físico e psicológico. Nesse dia fiz-me à Serra com arrogância. Não esteve apenas em causa conseguir atingir o topo. Lá chegado, hidratei, alimentei, tirei fotografias e passei a Serra para o outro lado. A Torre já não era apenas o ponto de uma chegada dolorosa, dramática, heróica. Passou a ser um ponto de passagem. Difícil de atingir, mas não mais do que isso. E desci em direcção à Lagoa Comprida. Creio que foi neste trajecto que um amigo do Ruuulaaa Team me viu passar. Antes da Lagoa, virei à esquerda para a Estrada Nova que segue para Loriga. Subi e desci para o Alvoco da Serra - que o Francis tão bem fotografou -, passei pelos Vascos Esteves, o de Baixo e o de Cima - terra de onde é originário o Miguel Antunes -, a subir em direcção às Pedras Lavradas e virei à esquerda a descer para Unhais da Serra. Vinte quilómetros de borla, na talega com as mãos nos drops, na vertigem dos 40 e da paisagem avassaladora. E daí até Refúgio e Covilhã onde tive o prazer de conhecer pessoalmente esse lobo da Serra, o amigo Cavaca. Ao todo foram 103 Km em pouco mais de 6 horas, numa média de 16,67 Km/hora, em pendente acumulada de 2204 metros. A média final do pulso foi de 126 ppm.
Rendo aqui homenagem ao Cavaca e colegas da Covilhã. Este trajecto - aliás copiado deles - para mim foi o culminar de um ano de treino esforçado e sofrido. Para eles, é apenas uma das voltas mais pequenas que costumam fazer pela Serra. Por isso é que o ciclismo é escola-de-vida: cada vez que nos sentimos importantes por termos logrado certa façanha ciclística, descobrimos 50 gajos que fazem daquilo todos os dias ao pequeno almoço...
(talvez o Arioplano acenda a luz que a foto ficou muito escura...)
1 Comments:
O Francis deu jeito,serviu de tripé.
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