quinta-feira, julho 24, 2008

GONÇALO AMARAL

Na entrevista na RTP que agora acabou, nada de substancial foi dito. Insinuações, meias palavras, teorias ingénuas e megalómanas de conspiração. Veio-me à memória uma entrevista de Carolina Salgado. Numa e noutra não se fazem afirmações claras. Alvitram-se teorias, mais ou menos enigmáticas, sob a forma de oráculo. Para induzir os ouvintes nas conclusões que, predispostos, é inevitável que atinjam. Os que sim, concluem que sim, os que não, concluem que não. Ou seja, uma entrevista do tipo " eu não disse isso, a conclusão é sua".
Conversa de puta, portanto.
Noutra dimensão, assisti à mais confrangedora assunção de inépcia profissional e técnica. Nem se lembraram de pôr os pais sob escuta. Erro elementar e grosseiro de quem passa a vida a afirmar que foram previstas todas as hipóteses desde o início. Sendo que a culpa é sempre dos outros. Em especial dos chefes. E dos ingleses. Que inibiram.
Conversa de corno, portanto.
Em termos factuais e objectivos fiquei exactamente como estava. A entrevista não adiantou nada. Nem sequer foi um "momento" televisivo. Discurso chato e peganhento, colado, enrolado. Como um pacotinho de açucar para o café que, por força da electricidade estática, não descola dos dedos.
Conversa de chacha, portanto.
Melhor polícia do mundo ?... get out of here!...qual melhor, qual treta... Desta vez os espanhóis não telefonaram a dizer onde estavam os fardos e já não houve apreensão... Por outro lado, ainda bem que não encontram o corpo da pobre criança. Eram bem capazes de expôr os ossos em leque numa mesa com o símbolo da PJ em fundo...