ALPIARÇA

Pela primeira vez fiz Alpiarça e volta. 182 Km em 06:59:46 Horas. Registo a coincidência de, uma vez mais, ficar em cima das sete horas exactas de pedaleio.

Os primeiros 50 Km até à Azambuja foram feitos a forçar. Cheguei com média de 28,20 Km/hora o que me daria em recorde absoluto caso voltasse para Lisboa beneficiando da aragem pelas costas. Muito provavelmente até melhoraria a média em meio Km. Decidi abrandar o ritmo cardíaco médio que estava nos 141. A estrada da Azambuja até Santarem tem orografia complicada e ainda tinha mais de 5 horas de esforço pela frente. Até ao Cartaxo surgem três subidas todas chatas de maneiras diferentes. A primeira, à saída da Azambuja, engana na inclinação e quem a começa em força, faz o último terço a morrer; a segunda, que nos leva até à Cruz do Campo, inclina no terço inicial e depois mantém uns intermináveis 1200 metros em pendente pelos 4/5 % que esgota o resto da folga cardíaca. A terceira subida leva-nos até à Casa das Peles. É a mais inclinada, mas a mais honesta. Quilómetro e meio com pendente uniforme e só há que gerir o esforço para chegar lá acima com conforto. A travessia do Cartaxo tem uma subida chata. Quinhentos ou seiscentos metros bem inclinados. Ainda por cima, a cidade tem sempre muitos pedestres a apreciar os ciclistas e fico sempre com a sensação que vou a subir muito devagar. Por seu lado, a entrada de Santarém tem um verdadeiro "prémio da montanha". Mil e duzentos metros a rondar os 10 % de inclinação. Subi com cuidado, a poupar o esforço, a controlar a respiração e ao desfazer a última curva admirei-me por já lá estar em cima. A média tinha baixado para 26,40. Percebi que no regresso pela N117 poderia gerir o ritmo com conforto para assegurar uma média acima dos 26 à chegada a Lisboa. Passei Santarém, desci para a Estação da CP, atravessei a ponte que está em obras profundas de conservação e que só admite um sentido alternado de transito - e por isso não parei para fazer fotografias das paisagens do Tejo e da lezíria que, naquele local, são lindas. Em vez de seguir em frente para Almeirim, virei à esquerda e fui até Alpiarça tomando, então, a N117 para sul até Almeirim onde parei para abastecer de açucar e de água. Já estava pela centena de Km e o retomar do andamento trouxe-me muitas dores nos quadrícepes. Quando arrefeço, é normal aparecerem umas dorzitas que desaparecem gradualmente com o aquecimento. Porém , não foi assim. 15 Km mais à frente, em Muge, tive que parar numa esplanada, beber um café e esticar as pernas durante um quarto de hora. Retomei a medo a marcha e não exagerei nos andamentos pois durante três horas vim a padecer com dores. Em Porto Alto fui ultrapassado por uma jovem triatleta. Meti-me na roda dela. Eu vinha a 30/31 e ela passou a 34. Cumprimentou e conversámos. Não lhe fiz uma fotografia porque as colegas e as amigas são para respeitar. E não me ia pôr a fotografar o rabo à rapariga só para que os alarves dos meus amigos aqui o vissem. Mas posso assegurar que o ciclismo faz uma silhueta às mulheres digna de qualquer manual de perfeição. Cheguei a Sacavém com 172 Km e 26,70 de média. Nos ultimos 10 Km até casa baixei para 26,10. A pendente acumulada não atingiu os 1100 metros, por isso, o percurso é de média-baixa dificuldade. Bati o recorde pessoal de média para distâncias superiores a 150 Km e bati o recorde de distância do ano 2008. Mas o mais importante é que nas últimas duas semanas já baixei um quilito na balança.

O grande culpado pelo alongamento das minhas distâncias é o Pedro Alves.