REGUENGO

Na margem direita do Tejo, de Santarém para baixo existe uma obra muito antiga de engenharia hídrica (hidráulica?): a valada. Por vezes, os conceitos vão-se abstraindo e acabam por significar em linguagem comum qualquer coisa divergente do significado primitivo. É que a valada começou por significar a vala, o aprofundamento de uma canal que serve para captar e conduzir águas de rega. Mas como para cavar a vala se acabava sempre por fazer um muro com a terra retirada, valada hoje em dia significa o conjunto vala-muro que serve para manter o Tejo num trajecto mais domesticado. Do Vale de Santarém até ao sul da Azambuja, a valada acompanha o Tejo como uma muralha de Adriano. Na povoação chamada Reguengo - um reguendo é uma "vala" natural ou braço de rio - o muro serve como estrada elevada.

No sábado passei por lá. Foram 138 Km num pouco mais que 5 horas, numa média aferida em Sacavém, aos 128Km, de 26,30 Km/hora. Depois, até casa, baixo sempre a média, quer pela orografia, quer pelo abaixamento intencional do ritmo cardíaco. Tento não esquecer que o coração é um músculo e, como tal, tem que ser objecto de aquecimento no início do exercício e de arrefecimento no final. E a verdade é que sabe bem baixar o ritmo nos últimos 10 Km. Regra geral já venho muito cansado e o troço novo da Av. Estados Unidos da América quando o vento está noroeste é de morrer.