PETROLEO

O barril de petróleo chegou aos US$100,00. A culpa não é da Nigéria, do Hugo Chavez ou do Ahmadinejad. Nem é das construtoras de automóveis ou das refinadoras de combustível. Nem do Gomes ou da Galp ou de todos aqueles que nada conseguem ver para lá do imerecido vencimento mensal. Nem tão pouco dos carro-depententes ao redor do planeta, culpados e vítimas em simultâneo de um regime económico-político fundado em premissas terrivelmente perigosas para o futuro imediato da humanidade. A culpa, neste caso, está solteira. Quanto muito, é de toda a humanidade no seu conjunto.

Não vai ser com discursos mais ou menos moralizadores sobre o ambiente e a poluição que o paradigma do petróleo vai ser alterado. Só quando o petróleo atingir os 200 US$ por barril, a economia global vai mudar de agulha. Só quando o cidadão comum não tiver rendimento suficiente para encher o depósito do seu veículo é que as leis do mercado actuarão implacavelmente. E quando isso ocorrer à escala global, as refinarias entram em colapso. E toda a estrutura económica e política que desse dinheiro depende como de um fluido vital. Não havendo clientes para um produto tão caro, abre-se o mercado às alternativas energéticas.

Podemos desde já antecipar a queda dos regimes totalitários árabes, o enforcamento de todos os hugos chavez, a penúria dos tubarões americanos e russos do petroleo, o desmantelamento do complexo industrial-militar americano. Até a Galp e a Fundação Gulbenkian ruirão. A paz entre Israel e a Palestina vai ser finalmente possível. Só tenho pena do Chelsea que descerá à 2ª Divisão.

Entretanto vou andando de bicicleta. Com o treino acumulado, quando chegarmos ao momento de todos andarem de bicicleta, terei inevitável vantagem. Mas, caraças, a pena que tenho do Chelsea.