CICLOVIA DO GUINCHO

(imagens de arquivo, que a realidade é outra)

A ciclovia é um instrumento muito interessante para a prática do ciclismo. Até porque evita que suportemos na pele a falta de civismo dos condutores motorizados. A ciclovia do Guincho terá cerca de 8 Km. O piso é liso ao contrário do alcatrão da estrada que a acompanha que é muito rugoso e incómodo. E perigoso, pois a voltinha motorizada do Guincho consegue juntar os aceleras das rectas com os condutores de domingo e com os autocarros de japoneses. Curiosamente, são mais os ciclistas que circulam pelo alcatrão por entre os automóveis do que aqueles que usam o espaço da ciclovia. Nesta circulam cáfilas de bancários trintões no jogging de fim-de-semana, manadas de tias menopáusicas em estridente cavaqueira, uma ou outra adolescente tresmalhada de umbigo ao vento, rebanhos de jovens casais com os sogros e com a cadeirinha do bébé, machos solitários em regulação do poder paternal a segurar a criancinha nos patins em linha de má qualidade. O que os unifica ? Ocupam o mais que podem a ciclovia, numa afirmação de domínio e de alarvidade, borrifando-se para os outros.
Comprei uma campaínha de plim. Regra geral, ofendem-se por o ciclista plimplinar para que se desviem. Ontem até um obeso, de trela na mão, se especou a observar com ar enternecido e deliciado o seu boxer que a 3 metros de distância se aliviava numa imponente e obesa poia no meio da ciclovia. "Oh 'migo, embrulha você mesmo ou prefere que eu mande entregar em casa ?". Verdade seja dita que o obeso nada respondeu.
Além de feios, somos um povo porco e muito bronco. Utilizamos um equipamento social desta forma e depois contamos anedotas da descolonização e das banheiras que serviram para criar patos...