CORRIDA DOS CAMPEÕES II
Numa outra ocasião num Évora-Costa da Caparica com mais de 150 Km estava uma noroestada húmida daquelas típicas de Novembro. Viemos sempre contra o vento num sofrimento inglório. Quando cheguei a Montemor-o-Novo já tinha descolado do pelotão por não aguentar o ritmo. O Bernardo que levava uma das mercedes pôs-se à minha frente e, assim resguardado do vento e atingindo velocidades de 45-50 Km em plano, consegui recolar ao pelotão. Nunca tinha feito meio-fundo durante tantos quilómetros e não sabia que a eficácia era tanta. Mas pouco antes de Vendas Novas atrasei-me de novo. Então o Rui Pereira deixou-se ficar para trás e tentou rebocar-me. Colocou-se à minha frente, para cortar o vento, e mandou-me pôr a pedaleira grande - na altura usava 53 dentes. Eu ri-me. O Rui Pereira do alto da sua muita capacidade ciclística não percebia que um mortal como eu não aguentaria mais do que 500 metros na pedaleira grande naquelas condições concretas de estrada e de vento. Mesmo assim rebocou-me com andamentos mais leves e reentrei no pelotão. Foi uma das poucas vezes que andei com o Rui. Regra geral ele integra o grupo dos ex-pros que chega ao destino com uma hora de avanço em relação ao resto da equipa. Só o costumo ver à partida e quando lá chego.
2 Comments:
bem este blog está cheio de genica, o Natal fez bem ao carneiro.
continuação de bons post e pedaladas
...e lá chegar já é bom, não?
Acho que quem vê os ciclistas lançados em pelotão na estrada, não faz a mínima ideia do violento esforço que é necessário numa modalidade como o ciclismo.
E já estou como dizia o grande Agostinho ao Carlos Miranda, referindo-se aquelas montanhas de pesadelo no Tour: "Isto não se sobe só com bifes!"
Um abraço e...o que é importante é competir!
Jorge G - o sineiro
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