EU GOSTO DE ANDAR DEPRESSA
...Mas é com o mostrador na média de consumo aos 100 e o exercício mental é a adequação do conta-rotações ao velocímetro. 4 mil rotações dá 120 Km/h e consumo de 4,4 l, 5 mil dá 140 Km/h e consumo de 4,9 l, etc. É uma operação que entretém o cérebro nas longas rectas e ameniza a ansiedade de chegar mais depressa lá ao fundo. Quanto a travões, o exercício é evitar gastar pastilhas. Aliás, cada jogo completo vai quase para os € 300. Na cidade o travão é inevitável. Mas em estrada aberta usa-se a caixa como se fosse um carro a diesel. Basta desenrolar o acelerador, para se perder 20Km de velocidade instantânea em 50 metros de estrada. E reduzir antes de deitar permite mais aderência e mais potencia na saída da curva, sem tocar sequer no travão. Ou seja, do ponto de vista do consumo travões-combustível é o mais eficaz. Escolher a trajectória sem sair da mão é uma coisa que os ciclistas fazem de forma muito natural e instintiva. Mas anda por aí muito motard que nunca pedalou numa bicicleta. E esta é a principal causa dos acidentes: o despiste devido à saída da trajectória. Com sorte, morre-se sozinho, com azar mata-se alguém.
Em viagens longas é essencial entreter o cérebro com as variantes da condução para evitar a focalização exclusiva na velocidade. Porque o punho roda sempre mais um pouco e 120 Km/h em autoestrada está no limiar do engasgar da 5ª velocidade.
Este fim-de-semana fiz umas centenas largas de Km e vi muita loucura na estrada em cima de duas rodas. Tanta que me meti na autoestrada - onde corro o risco de adormecer de monotonia - para evitar os loucos que surgem pela frente. À noite não me surpreendeu o teor das notícias sobre acidentes de mota. Este domingo as duas rodas andaram em loucura completa. Acho que tem a ver com o sol de inverno, com esta luz que nos embriaga os sentidos.
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