segunda-feira, setembro 08, 2014

POSTAL DE TIMOR 1

Um tipo que ensina uma filha a fotografar, lhe compra as primeiras máquinas fotográficas e lhe incute básicos conceitos sobre estética e deslumbramento em geral perante a criação  só pode estar orgulhoso.

"O leite e os iogurtes acabaram. O próximo carregamento chega em Outubro. Fui passear para o interior, de jipe, apesar da maioria se transportar de mota por caminhos de cabras com crateras, e com uma poeira enorme, que não deixa ver nada à frente nem respirar. As crianças vão surgindo na berma. Passei por montanhas com a vegetação ainda seca tipica da época onde para fazer 30km se demora quase 2 horas; de repente planícies sem fim onde vacas e búfalos se passeiam; às tantas uma floresta tropical verde-verde com vegetação densa e umas casitas por lá perdidas, que nunca devem ter visto Dili nem nada que se pareça com uma cidade. Cabanas com as campas coloridas dos antepassados plantadas no quintal. Tudo paisagens arrebatadoras, até que a montanha mergulha no mar;  e é toda uma marginal até Dili à beira mar com ilhas a surgirem no horizonte. E obras. Obras por todo o lado. Estão a melhorar as estradas e nalgumas zonas o alcatrão já só tem um ou outro degrau.Impecável. Bjinhos "

3 Comments:

Blogger Bruno said...

Um sítio improvável para road bikes portanto. Será o hospital um hospital credo. Ai Timor, culpe-se os indonésios claro.

22:09  
Blogger carneiro said...

Timor é um sonho meu. Certamente inconcretizado.
Como Vc verá daqui a uns anos, os nossos filhos ganham as medalhas da patinagem e as taças do futebol que nós não conseguimos. E tocam e cantam nos balcos que nunca arriscámos.
E cumprem alguns dos nossos sonhos de romantica afectividade pelos irmãos do Império que já fomos.

Timor é para mim um assunto comovente. Inexplicavelmente. Mas sempre comovente.

Mas olhe que me garantiram que tem picadas fabulosas para XC.

22:39  
Blogger Bruno said...

Pois se vê ó Carneiro e confirma-se aquilo que escrevi então no outro post. Levam os filhos bocados de nós neles mesmos por nós.

Nunca fui a Timor. Historicamente a aldeia esquecida por detrás do monte, abandonada, um nada para ali. À boa maneira portuguesa.

O meu instrutor de condução, saudoso, falava-me sempre do seu serviço militar em Timor. Depois aprofundei o estudo antes da independência. Culpados? Moscovo e Lisboa, não Jakarta e Washington.

Qualquer dia saberei mais, um amigo palestrerá na U. de Dili.

00:18  

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