24 DE ABRIL
A publicação do Decreto-Lei n.º 353/73 de 13 de Julho que possibilitava aos milicianos do Quadro Especial de Oficiais a equivalencia para todos os efeitos com os capitães do quadro permanente, mediante a frequência de um curso intensivo na Academia Militar, originou viva contestação dos capitães do quadro permanente.
Ou seja, o regime devido à falta de oficiais milicianos para as campanhas de Africa, teve que declarar igualdade nas condições remuneratórias e de promoções entre os oficiais milicianos e os oficiais da academia.
E, assim, a revolução de abril, que mais tarde veio a ser pintada com as cores da liberdade e da igualdade, teve na sua génese o descontentamento corporativo, sindical e egoísta dos senhores capitães da Academia Militar que não aceitavam qualquer tipo de igualdade ou de equivalência com os Oficiais Milicianos que consideravam ser oficiais de categoria inferior..
Por isso, é bom que se perceba que, naquela altura, como agora, cada grupelho de interesses faz greves, sabota o país, derruba governos, enfim, dispõe-se a tudo o que possa levar à defesa do seu estrito grupinho de interesses e da panela lá de casa, enquanto se está a borrifar para o resto dos portugueses. Dos quais só se lembram para exigir que não fujam ao pagamento dos impostos. A ganância pelos impostos da sociedade civil é tanta que em muitas situações passou a ser crime o não pagamento de impostos.
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