segunda-feira, dezembro 24, 2012

NICOLAU SANTOS DA SIC/EXPRESSO É UMA CAVALGADURA JORNALÍSTICA



É conhecido o caso do burlão que esteve preso até há um ano por burlas e cheques carecas  que foi entrevistado em TV´s e Jornais como se tratasse de um economista da ONU dirigindo um Gabinete de Estudos sobre os Países do sul da Europa.

Aqui, a síntese da grande barraca.


"Expresso publicou na sua edição de 15 de dezembro no caderno de Economia uma entrevista com Artur Baptista da Silva, suposto membro do PNUD e supostamente encarregue pela ONU de montar em Portugal um Observatório dos países da Europa do sul em processos de ajustamento.

A entrevista ao Expresso tem repercussão internacional e a Reuters traduz uma grande parte para inglês. O jornal norte-americano "Chicago Tribune" dá também relevo à entrevista.

 Tudo indica que Artur Baptista da Silva não exerce os cargos e as responsabilidades que dizia ocupar e que as declarações que fez não vinculam nem a ONU nem o PNUD. Investigações conduzidas pelo Expresso e por outros órgãos de comunicação social indicam que Artur Baptista da Silva não faz nem nunca fez parte dos quadros de nenhuma daquelas organizações.
 Artur Baptista da Silva intitula-se também professor em "Social Economics", na Milton Wisconsin University, nos Estados Unidos da América. Consultados os sites alusivos aquela universidade constata-se que ela encerrou em 1982."


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No Basfémias, João Miranda efectuou uma síntese, que aqui copio quase por inteiro, pois que se deixasse apenas o link, a ligação acabaria por ficar sem efeito. E esta história é tão elucidativa do tipo de Jornalismo que se faz em Portugal, que aqui fica. Para que conste.

"1. Artur Baptista Silva diz o mesmo tipo de disparates que 90% dos comentadores que aparecem na TV e comentam nos jornais.
2. No Expresso, Nicolau Santos tem propagado mais ou menos as mesmas falácias que Artur Baptista Silva semana após semana, ano após ano, sem que ninguém o acuse de ser burlão. Se perguntarem ao Artur Baptista Silva onde se inspirou, aposto que ele dirá que foi nas colunas de opinião do Nicolau.
3. Não se pode esperar que um jornal em que o Nicolau Santos é o responsável pela secção de economia consiga distinguir um discurso económico com lógica de uma aldrabice.  Aldrabice é a cultura da casa.
.4. Ao longo de 2012, a discussão pública em Portugal andou à volta de variações das ideias de Artur Baptista Silva. Basicamente, não somos responsáveis pela nossa dívida e os alemães/BCE/FMI é que devem pagar a conta porque nós temos o direito adquirido de continuar a viver folgadamente. Não houve um editor de economia que não tenha caído nesta lógica.
.5. Ao longo deste ano a comunicação social divulgou de forma totalmente acrítica os maiores disparates.  Por exemplo, há menos de uma semana todos repetiram a tese do Ricardo Cabral de que a TAP valeria 1000 milhões de euros. Era disparate, mas era o disparate que todos queriam ouvir.
.6. No período que se seguiu ao anúncio do aumento da TSU os jornais escreveram todo o tipo de disparates: tabelas erradas, contas erradas, estudos mal amanhados, análises erradas, desinformação. Nenhum jornal conseguiu explicar em que é que a medida consistia e poucos jornalistas da área económica perceberam exactamente o que se pretendia. O resultado foi uma solução pior mas mais consensual.(...)
8. A comunicação social que aceitou como legítimo o Artur Baptista da Silva é a mesma que tomou por bons todos os estudos sobre SCUTs, OTAs, TGVs e afins  e que ajudou a vender a estratégia dos grandes eventos e do investimento em grandes obras públicas. É a mesma que apoiou a trajectória suicidária de Sócrates rumo à bancarrota e desculpou tudo com a crise internacional e as agências de rating.
.9. Recorde-se que a comunicação social deixou de falar do Krugman no dia em que ele cá veio dizer que Portugal tem que cortar na despesa." (e que os salários de Portugal tinham que baixar 30% em relação à Alemanha, acrescento eu).

Num país a sério Nicolau Santos demitia-se com o título do idiota do ano, aferido pela falta de profissionalismo e pela tendenciosidade de actuação. Se ele fosse médico tinha morto o doente e se fosse advogado tinha-se esquecido do Julgamento onde o Cliente foi condenado à pena de morte. Pessoalmente não o conheço nem emito opinião sobre ele. Mas como jornalista que aparece semana após semana na SIC e no Expresso, a tentar-me impor a visão que a Maçonaria portuguesa tem sobre a nossa sociedade,  Nicolau Santos é uma cavalgadura incompetente.  É que ele não faz notícias com factos. Ele faz notícias com as opiniões que ele, à partida, considera conformes com a  sua ideologia.
Da mesma forma que no Conto do Vigário só embarca quem está psicologicamente predisposto à ganância, o nosso jornalismo está receptivo a ouvir como “autoridade sobre a matéria” todos aqueles que digam aquilo que os jornalistas, à partida, já pensam sobre o assunto.

A culpa do estado a que isto chegou deve-se à falta de sentido crítico da sociedade, exactamente porque o jornalismo português, nunca foi um poder independente. Foi apenas a montra publicitária dos restantes poderes. Foi um mero instrumento para se chegar onde se pudesse mamar na malga do OGE.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Desgraçadamente não podia estar mais de acordo com o João Miranda!...

NC

11:50  
Anonymous Anónimo said...

É o omem do lacinho.
Só podia ser, como é, um idiota chapado

El Monti

06:56  

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