O ÓDIO AO RELVAS

"O Executivo enviou uma carta à agência Lusa em que denuncia o contrato que liga o Estado à agência. Na renegociação, os cortes no financiamento deverão atingir os 15%."

Ora vamos lá fazer as contas. 90% dos 12 milhões é massa salarial para o pessoal, ou seja, 10,8 milhões de euros para vencimentos e regalias. Se cortarmos 2 milhões, ficamos com 8,8 milhões para os mesmos salários. Isso significa que cada jornalistas vê o seu vencimento reduzido para cerca de 81,5 % do anterior. Ou seja, um jornalista da Lusa que sacasse 8.000 por mês, já só vai conseguir sacar 6.500 €. Indignados com esta violência salarial, os jornalistas da Lusa sempre se poderiam demitir, pois que como são os mais competentes e isentos do mercado facilmente arranjariam contratos milionários nas empresas privadas de comunicação social. Mas os jornalistas da Lusa, conscientes da elevada função social que desempenham vão-se manter na Lusa, lutando pelos direitos dos trabalhadores e utentes do SNS em geral, demonstarndo que o Ministro Relvas é um facínora.

Pelo meu lado, considero o Relvas um idiota. Um tipo na função dele nunca se poderia colocar ao jeito daquele modo, com uma licenciatura por equivalência que só suscita sarcasmo na generalidade das pessoas  e indignação em especial nos restantes alunos da mesma Universidade que ficam com os respectivos diplomas contaminados.

Mas Relvas tem sido um herói. Tem enfrentado um dos baluartes da culpa "do estado a que isto chegou". Relvas tem enfrentado os jornalistas, os tais profissionais movidos por uma ética superior e uma deontologia muito própria que lhes permite confrontar a pobrezada sociedade com os vencimentos dos políticos, esquecendo-se que a maioria dos jornalistas que dão a cara por essas causas ganham todos eles mais do que os Políticos que eles tão facilmente censuram.

Os jornalistas são socialistas no discurso que passam nas TV's e nos Jornais, reclamando tudo e um caracol  em benefício do princípio  da igualdade, mas depois já são capitalistas puros a negociar os seus contratos, pois acham que a diferenciação profissional própria é que marca o nível salarial. Ou seja, uns refinados sem-vergonha. Por isso, qualquer Ministro, até um Relvas, que enfrente essa corja jornalística, merece sempre o meu respeito.

Do Relatório e Contas de 2011 da Lusa  consta que o "o grupo profissional mais expressivo é o dos jornalistas com 227 elementos, correspondente a 78 % de todos os trabalhadores. No universo de 291 trabalhadores da Lusa, 47,4 % têm como qualificações o nível do ensino superior, 41,6 % o nível do ensino secundário, 8,3 % o 3º ciclo do ensino básico, e 2,7 % distribuem-se, em partes iguais, pelos 1.o e 2.o ciclos do ensino básico."

Fazendo a extrapolação só para a classe dos jornalistas podemos concluir que metade não tem qualquer licenciatura.  E são estes gajos que mais falam da pseudo-licenciatura do Relvas.