SENHOR, ESTOU FARTO
Já há 40 anos que uma certa estirpe de baladeiros, pretensos intelectuais e poetas de verso-coxo era gozada. As parvoíces que diziam à época são exactamente as mesmas que continuam a afirmar cada vez que se escandalizam com a falta de sensibilidade social de que acusam aqueles que estão a pagar as dívidas que eles entretanto criaram. De salientar que só a balada do "Senhor, estou farto" se assume como contra-poder de desafio à Censura. No resto, as baladas pretendem apenas ridicularizar certo tipo de intelectualidade que ainda anda por aí. Se pudéssemos actualizar este brilhante número de revista, em vez de "Senhor, estou farto" dirigido obviamente a Marcelo Caetano, utilizaríamos "Senhores, estou farto" dirigidos aos nossos deputados. Em tudo o mais, só as moscas mudaram.
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