segunda-feira, novembro 21, 2011

O DINHEIRO DOS OUTROS





1. O último Partido Socialista na Europa, no caso o Espanhol, acabou de perder as eleições por margem que não deixa dúvidas quanto ao desejo dos eleitores em o afastar para bem longe.

2. Recordando a célebre frase de Margaret Thatcher - o socialismo só acaba quando acabar o dinheiro dos outros - podemos concluir que na Europa acabou o dinheiro dos outros.

3. Aliás, e como bem refere Helena Matos, a Comunicação Social Portuguesa disse tantas maravilhas de Zapatero, estabeleceu em tão elevado grau o respectivo desempenho governativo, que não se percebe como os Espanhóis mandaram o PSOE às urtigas. Só se olharam para os 21% de desempregados.

4. Resta a todos os europeus, em especial aos portugueses, viverem com o que se conseguir arranjar com o trabalho de cada um.

5. O problema é que todos nós, uns mais outros menos, temos dívidas, pelo menos a da habitação, contraídas no tempo em que os Políticos nos empurraram para a compra de casa própria só porque não tiveram coragem para alterar a Lei das Rendas enfrentando a Associação de Inquilinos dirigida pelo Partido Comunista.

6. Com as movimentações sindicais que se avizinham em breve as pessoas perceberão que as greves serão apenas a prova de vida dos dirigentes sindicais do Partido Comunista que para fingirem que têm utilidade continuam a pretender que os trabalhadores mantenham direitos para os quais há muito que não há dinheiro.

7.Em breve as pessoas perceberão que o sindicalismo conforme existe nas duas Centrais Sindicais não passa de um aproveitamento descarado da generosa lei da Liberdade Sindical, não para proteger os trabalhadores, mas apenas para proteger os lugares e as carreiras dos dirigentes sindicais.

8. Aliás, conforme já por aqui referi, na Grécia são os sindicatos comunistas que obrigam à falência da Indústria Naval Grega. Por cá, os sindicatos dos transportes estão a fazer tudo para agravar a falência técnica das empresas de Transportes sustentadas pelos nossos impostos.

9.Convém que cada um de nós tenha presente que na próxima greve "geral" promovida pelos Comunistas - o Partido Socialista teve a decência de a não apoiar expressamente - os prejuízos causados pela paralização dos transportes vão ser pagos pelos nossos impostos. Os cortes do Subsídio de Natal de 2010 vão servir para pagar os direitos sindicais dos membros do Partido Comunista que exercem funções de dirigentes sindicais e os prejuízos nas empresas causados por eles.

10. Convém ter presente o caso do sindicalismo praticado na Autoeuropa e no Metro do Porto, para se perceber que existem formas de sindicalismo muito diferentes do sindicalismo praticado pelos Comunistas.

11. Cada vez está mais perto o momento em que os Orgãos de Comunicação Social consigam sem traumas nem complexos afirmar aquilo que eu e outros como eu já proclamam há muito tempo: a ideologia do Partido Comunista Português, em especial a sua prática política e a sua muita influência cultural nos meios de Comunicação Social é uma das causas principais do atraso na evolução da sociedade portuguesa.

12. A Reacção, definida como movimento político-social que impede o progresso e que pretende manter o status quo num conservadorismo extremo, desde há 30 anos que é desempenhada pelo Partido Comunista Português.

13. E a Constituição da República tem sido o grande instrumento de desadequação entre a estrutura normativa da sociedade portuguesa e o seu contexto económico europeu e mundial.

14. Temos em vigor uma Constituição socialista que em nada representa a maioria do actual Povo Português e que nunca serviu para promover ou favorecer o que quer que seja. Cada vez que ouvimos falar da Constituição é para ouvirmos que a Constituição não autoriza esta ou aquela mudança. Ou seja, a nossa Constituição tem servido para proibir o progresso, obrigando-nos durante décadas a viver num modelo económico, social e político por demais ultrapassado.

15. Modéstia à parte, já digo estas coisas há muitos anos. Noto que cada vez há mais pessoas a darem-me razão porque perceberam que quem paga os "direitos adquiridos" dos outros é o dinheiro que nos tiram ao fim de cada mês como imposto. Agora, acabado o crédito,os direitos adquiridos de alguns só podem ser pagos pelos nossos impostos. Foi preciso chegar a esta fase para os pagantes habituais abrirem os olhos.


9 Comments:

Blogger José Miguel Marques said...

excelente texto, parabéns.
e a cisterna? já está cheia? nunca mais li nada sobre isso

15:50  
Blogger mzmadeira said...

Não Concordo!...

01:43  
Blogger mzmadeira said...

Declaração prévia:

Tenho, embora não nos conheçamos pessoalmente, uma admiração real (e pelo que escrevi imediatamente antes disto, desinteressada).

Gosto da esmagadora maioria dos seus comentários, por isso venho aqui quase todos os dias.

Mas... permintam-mo-lo.
Permita-lo-me Caro Carneiro...

... vou tentar rebater alguns pontos da sua última crónica que me faz lembrar os velhinhos LP's, em vinil, 'riscados' de tantas vezes serem usados. E ninguém tem culpa de que outro alguém não páre de passar o mesmo disco.

Diz o amigo Carneiro,
que deixou bem claro abominar os sindicatos (e uma tal de Associação de Inquilinos, cito: 'dirigida pelo Partido Comunista ?!?!?!?, da qual, honestamente, nunca ouvi falar, o que não significa que não exista..., quero deixar claro)

... 'Resta a todos os Europeus, em especial aos portugueses, viverem com o que se conseguir arranjar com o trabalho de cada um'.

- Caro amigo, tenho 52 anos, trabalho desde os 17 - só acabei o curso depois, à noite, enquanto trabalhava OITO horas por dia) e NUNCA contei com nada para além daquilo que... consegui arranjar.

Mas sei de quem, muito provavelmente, beneficiando (e nós devemos ser mais ou menos da mesma idade) da força dos Sindicatos, momeadamente até ao final da década de 70 e até ao terceiro quartel da de 80, do século passado, que exponenciou os vencimentos de toda a gente, proporcionando-lhe um nível de vida razoável e que permitiu a muitos jovens que os seus pais os sustentassem quando iam para a Faculdade. Infelizmente, não foi o meu caso. Terá sido o seu?

01:45  
Blogger mzmadeira said...

Diz o Carneiro que, insisto, deverá ter, mais ano, menos ano, a mesma idade que eu, cito: 'O problema é que temos dívidas, pelo menos a da habitação, contraídas no tempo em que os políticos nos empurraram para a compra de casa própria só porque não tiveram coragem para (.../...) enfrentar a Associação de Inquilinos...'

- Ora, se esta teoria até pode ser aceite, nunca o poderá ser antes de finais do Século passado. O que, DE VERDADE, aconteceu na altura (mais cinco ou seis anos, no nosso caso, que foi quando fizemos 21 anos) foi que NINGUÉM queria alugar uma casa. ERAMOS 'RICOS' - graças a ordenados e regalias conseguidas pelos 'maluquinhos dos Sindicatos' -, como o subsídio de Férias e o 13.º mês. O dinheiro chegava para tudo... e os bancos passaram a emprestar dinheiro SÓ PARA QUEM QUERIA COMPRAR CASA. Os Bancos... Compraram-se casas porque se achava que valia a pena. Que em 25 anos a dívida ao banco estava paga, e a prestação pouco mais custava que o dinheiro pedido pelos (poucos) propietários de casas para alugar que, por sua vez, começaram, também eles 'levados' pelos bancos, a por os seus espaços à venda, preferindo-o a alugá-los e terem de ficar responsáveis pela conservação em troca de umas centenas de escudos, mensais, que não valiam as chatices de uma manutenção obrigatória.

Confesso - se me provar que estou errado admiti-lo-ei - não vejo, neste expectro, onde 'caberia' uma Associação de Inquilinos... Nem porque hostilizaria (ainda por cima sendo... 'comunistas') a vinda de novos inquilinos. Mas há-de, tenho a certeza. explicar-mo.

Pelo que o Carneiro escreveu, não é difícil perceber que - embora eu não tenha nada contra isso - avançou 'embalado por aquilo que a família conseguia arranjar com o seu trabalho' Faculdade adentro.

Concluído com uma mui nobre média de 14,5 o meu sétimo ano, em 1977 (tinha eu 17 anos), fui obrigado, não porque os meus pais não trabalhassem, mas porque pertencentes MESMO à Classe Baixa (e os ordenados eram, evidentemente, escalonados) e porque tinham mais filhos, se decidiram pelo meu sacríficio de forma a que os outros filhos pudessem, pelo menos, chegar ao mesmo patamar, eu fui trabalhar. No que havia...

Porque, apesar de novinho, todos reconheciam que a minha formação (7.º ano, em 1977 tinha mais força que um mestrado, nos dias de hoje, e eu trabalhava como servente!) os podia ajudar, fiz parte de Comissões de Trabalhadores e fui Delegado Sindical.

Sem ser, note-se - até porque até hoje nunca o fui - aderente a qualquer partido político.

01:46  
Blogger mzmadeira said...

Diz o Carneiro, obviamente sem conhecimento de causa, que os Sindicatos, ou os seus dirigentes (o qual também nunca fui) apenas defendem os seus interesses particulares. Nos anos 80, digo-lho eu, era puramente romântico. Queríamos o melhor para TODOS. Gostava de o ter conhecido nessa altura. Criaram-se refeitórios nas empresas; os trabalhadores tinham direito, para além das férias, a um dia por mês para tratarem de assuntos pessoais. Como irem ao Banco e assinarem o contrato para serem, daí a 25 anos, donos da sua própria casa...

Desiludiu-me Carneiro. Sinceramente. 'Bercinhos de ouro' dá nisto!... Se eu estiver enganado, então não sei onde andou entre os seus 15 anos e a idade adulta. Servente de pedreiro, isso não foi, tenho a certeza.

Post longo... resposta longa! Paciência.

Gato escondido com rabo de fora.
É coisa que, do fundo das minhas entranhas abomino. Não gosto que (não é exactamente o caso) quando falam comigo baixem os olhos.

Então se a Greve Geral da próxima quinta-feira é subscrista pela UGT, o Carneiro não cora de vergonha ao escrever que 'o partido Socialista teve a decência de não a apoiar expressamente'?
E apoiar sem ser expressamente? Faz de um nabo um homenzinho?

No ponto 9, do seu devaneio, escreve que 'os prejuízos causados pela paralização dos transportes vão ser pagos pelos nossos impostos'.

E o que é que paga tudo? Não são os nossos impostos? Tudo... não exactamente, os meus ordenados são pagos por uma entidade particular. E os seus?

Caro Carneiro...
Você assuma de peito aberto as suas próprias convicções. Desabafe. Diga o que lhe vai na alma. Seja você.

Quando já nem no Meu Alentejo há comunistas, pretender que, em 2011 são eles os grandes responsáveis pela crise que vivemos - o meu amigo, por acaso, não é familiar e/ou amigo do 'criminoso' Sócrates, pos não? No sentido de que foi esse 'engenheiro' formado a um domingo que nos colocou nesta situação, impedindo-me de bramir contra os direitistas do PSD e do CDS?

Para acabar... Hoje, caso não saiba, e terá de andar muitooooo distraído, já ninguém é obrigado a ser sindicalizado. E cada vez são menos. Então de onde é que vem esta onda de adesões às greves? Se as pessoas precisam de todos os eurinhos que possam amealhar ao fim do mê e se ninguém os impede de ir trabalhar normalmente... antes pelo contrário, quanto mais 'anti-greve', mais cai no goto do patrão. Será, mesmo não sendo comunistas, que as pessoas querem vincar a sua posição em relação à criminosa investida de que estão a ser alvo?

Gostava que me respondesse!

01:46  
Blogger carneiro said...

Caro Madeira,

1. Editei os seus comentários porque lhe retribuo a consideração pessoal.

2. Eram dispensáveis as considerações pessoais que me dirige só para evidenciar os seus pontos de vista.

3. Sem que isso seja muito importante, sim, na minha adolescencia cheguei a trabalhar de servente de pedreiro, sobretudo na agricultura, e trabalhei para pagar as propinas e me sustentar durante a universidade. Numa gráfica e como recepcionista em hotelaria. Em especial durante 3 anos nos turnos da noite.

4. sim, existe uma associação de inquilinos liderada por elementos do Partido Comunista, que por força de lei é "parceiro social" e tem que ser consultado sobre legislação respeitante ao tema.

5. Sim, o Partido Comunista é o principal elemento de reacção impeditivo do progresso na nossa sociedade. Sobrevivem politicamnete a prometer a quem nada tem aquilo que é impossível de alcançar. Em especial, agora, que não há dinheiro.

6. Não, as pessoas que nada têm não têm culpa de serem enganados com sonhos.

7. sim, o comunismo de tipo soviétivo praticado pelo Partido comunista Português já foi repudiado por todo o mundo civilizado, com a responsabilidade histórica de ter cometido crimes contra a humanidade que só foram imitados pelo nazismo.

8. Sim, o comunismo sovoiético já acabou no mundo há mais de 20 anos, menos na Coreia do Norte, Cuba e Partido Comunista Português.

9.A prática da terra queimada dos sindicatos comunistas - e basta ver a alegria dos dirigentes com as paralizações e com o prejuízo causado por cada greve - não são a única forma de sindicalismo em Portugal.

10. Não sou contra o sindicalismo. Sou apenas contra o sindicalismo de terra queimada do Partido comunista. Os sindicatos da Autoeuropa, por exemplo, fazem um sindicalismo europeu, inteligente, que consegue abdicar para depois beneficiar, que cria mais emprego e mais estabilidade e mais aumentos, só porque sabe apertar o cinto quando é preciso.

11. Apesar de muito tentar, o PCP nunca conseguiu entrar na Autoeuropa. Se calhar é por isso que a autoeuropa ainda existe. Se lá tivessem entrado já tinham queimado mais uma empresa como queimaram a Opel da Azambuja.

12. Em termos de trabalho intelectual poderei receber lições, pois há certamente muita gente mais inteligente que eu. Mas não recebo lições de trabalho braçal de ninguém. Nem de si, pese a consideração pessoal que por si tenho.

13. Apareça para almoçar. Mas evite, por favor, fazer considerações pessoais a meu respeito. É que isso nem é importante e mais tarde ou mais cedo azeda a conversa.
Cumprimentos.

17:27  
Blogger mzmadeira said...

Caro Carneiro,

nunca, mas é que é mesmo nunca, arriscarei perder a sua amizade/consideração, principalmente neste tipo de discussões.

[Até por isso lhe dei a escolher responder-me privadamente, não fazia questão de 'esticar' aqui o assunto, até porque, como era demasiado grande, a minha mensagem não 'entrava', o que me fez ter de a dividir em três bocados].

E respondi na perspectiva daquilo que acho é uma desconsideração pelo trabalho que centenas de Mulheres e de Homens fizeram desde 1974 até, e eu deixei-o sublinhado, ao terceiro quartel dos anos 80. Sim, refiro-me as sindicalistas. E tudo o que eu apontei como consequência do seu trabalho - refeitórios nas empresas, nalguns casos, até creches para os filhos dos trabalhadores, subsídio de férias e de Natal e, em algumas profissões até um 15.º mês, dois períodos de meia jornada por mês para os trabalhadores tratarem de assuntos pesoais, e podia avançar mais dois ou três exemplos, coisas que nunca seriam dadas de bandeja pelos empregadores - o amigo Carneiro não rebateu. Mas também não interessa.

Aconteceram, foram conquistadas e ninguém as poderá negar. O trabalho não foi em vão. Eu era jovenzinho - muito mais tarde voltei a aceitar defender os interesses dos meus companheiros de trabalho, integrando o Conselho de Redacção do jornal onde trabalho - mas nunca fui indeferente à justiça social.

Outra ressalva que, peço-lhe, tenha em conta e acreditando em mim: não foi meu intuito melindrá-lo com o que chama de 'considerações pessoais'.

Eu, quando falo, ou escrevo, geralmente uso os verbos na primeira pessoa do singular. Assumo o que digo. Nornalmente, também, se me dirijo directamente a alguém adopto a mesma lógica. Não é nada de pessoal, acredite. E porque haveria de ser. Repare, que sei eu de si? Mas depois do exemplo que dei, o meu, podia ter escrito "mas muitos beneficiaram da almofada de terem uns pais com mais condições que os meus". E não é mentira nenhuma e eu conheço exemplos de sobra. Contudo, entre amigos falamos tu-cá-tu-lá, pelo menos eu falo, e nunca pensei que estaria a melindrá-lo.
Peço desculpa por isso.

Caro Carneiro, acho que podíamos ter grandes [no bom sentido do termo] e profícuas 'discussões', sendo que, afinal de contas, somos duas pessoas educadas, logo, capazes de esgrimir argumentos sem nos ofendermos. É o que eu penso.

Mas fico-me por aqui. Pelo menos até perceber, vindo de si, que há uma 'janela' pela qual, sem melindres de espécie alguma, o podemos fazer.

Por agora termino com uma afirmação que, sei-o, o Carneiro poderá - se é, de facto, tão radical assim - até levar a mal, mas, tirando aquele rapaz... Bernardino não sei quanto, o deputado do PC que idolatra o intolerável regime da Coreia do Norte, nos últimos tempos o Carneiro aparece-me como a segunda pessoa mais preocupada com o PCP que apareceu no meu caminho.

Cumprimentos,
e, já sabe, não faço questão que este comentário acresça ao tópico no seu Blog. Gostava era de poder continuar a 'falar' consigo.
mzmadeira@hotmail.com

[gosto do 'bonequinho' que usa como imagem... não preciso de uma metrelhadora, mas adivinho tempos conturbados num futuro muito próximo; e não me agrada nada sentir-me totalmente desprotegido; sabe, por acaso, como posso comprar uma arma de defesa pessoal?]

22:33  
Blogger aamorim said...

Mas que grande merda!!! Dois daqueles que eu considero meus "amigos" (embora virtuais) estão de "candeias às avessas". Era só o que faltava!
Marquem lá o almoço que eu prometo que também apareço. Se me convidarem, é claro. Também não nasci em berço de ouro mas o melhor que os meus Pais me deram foi uma educação à moda antiga.
Que hoje, mais do que nunca, é para mim motivo de orgulho!
Fico à espera do convite e da marcação.
Abraço para ambos "os dois" (como se costuma dizer por estas bandas).

17:55  
Blogger carneiro said...

Ora deixem-se de merdas e venham almoçar.

22:40  

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