terça-feira, março 09, 2010

ARY DOS SANTOS


Cavalo à solta

Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.

Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.

Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.

Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.

Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.

Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.

José Carlos Ary dos Santos


O Pulanito postou sobre cavalos. Trouxe-me à memória
Ary dos Santos. Provavelmente até seria do Benfica
porque ele era tudo o que eu nunca fui.
Mas a poesia brotava dele com a competência do génio.

2 Comments:

Blogger NO FLATS said...

O amigo sempre está a pensar em participar no audax? Aquilo é só por equipas ou tambem admitem individuais?

09:33  
Blogger ups said...

Parece o Timaria.

"Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de LUZ intensa
de voz aberta"

De voz aberta?...(depois levas com os amarelinhos....pois!)


ups!

10:22  

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